Correio braziliense, n. 19963, 19/01/2018. Política, p. 2

 

Recesso recheado de obras no Senado

Bernardo Bittar

19/01/2018

 

 

Além de gastar R$ 11,6 milhões por dia para manter a estrutura do Senado, o contribuinte ainda vai arcar com quase R$ 5 milhões para bancar a reforma no prédio. O dinheiro está sendo gasto em contratos de serviços e reformas, como a restauração de obras no Complexo Arquitetônico e nas áreas comuns do Congresso, como alguns banheiros, sala de repouso e consultório odontológico.

As informações são do Portal da Transparência, que destaca seis contratos diferentes para a viabilidade das obras, todas iniciadas em dezembro de 2017. A expectativa é de que alguns reparos só sejam totalmente concluídos em outubro deste ano, mês eleitoral. Por enquanto, não há transtornos na Casa, que funciona em esquema de plantão até o fim do recesso legislativo, em 1º de fevereiro. Até agora, R$ 534,6 mil foram gastos, mas a conta pode chegar ao limite previsto para este ano:  R$ 4,3 milhões.

No site do Senado, o diretor da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), Joelmo Borges, disse que as ações “fazem parte de um planejamento de curto, médio e longo prazos”. “Nesse planejamento, vamos estabelecendo ações que devem ser implementadas durante o recesso parlamentar. Entre os benefícios, estão a manutenção da infraestrutura do Senado e a manutenção adequada do nosso patrimônio” explicou.

O coordenador-geral da Sinfra, Luan Ozelim, explicou que, na Secretaria de Tecnologia da Informação (Prodasen), estão sendo desenvolvidas atividades de modernização e de reorganização em áreas técnicas, como as salas de alimentação X e Y, além da sala-cofre. Os trabalhos são fruto de uma ação conjunta entre a Sinfra e o Prodasen. “O que muda é que o sistema de alimentação e de comunicação entre os painéis elétricos e hackers, com os equipamentos, torna-se mais confiável e isso impacta na garantia de que a sala-cofre não sofre interferência do meio externo, em relação ao fornecimento de energia.”

Na Sala de Painéis do Anexo 2, tem sido desenvolvida ação semelhante, devido ao plano de manutenção preventiva semestral da subestação local, ressalta Luan. Outra obra de relevo é a implementação de uma nova subestação de energia elétrica para prédios na área da Gráfica e próximos ao Espaço do Servidor (antigas unidades de apoio).

Segundo levantamento do secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, cálculos da instituição mostram que o Congresso custa R$ 27,7 milhões por dia aos cofres públicos, destes, R$ 11,6 milhões são para manter a estrutura do Senado, que, anos atrás, entrou em uma campanha de corte de privilégios. (BB)