Valor econômico, v. 18, n. 4407, 22/12/2017. Política, p. A7.

 

 

PSL rechaça filiação de Bolsonaro, que se desentende com o PEN

Marcelo Ribeiro

22/12/2017

 

 

O PSL negou ontem a possível filiação do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ao partido para concorrer à presidência da República em 2018. Por meio de nota, a legenda alegou que há incompatibilidade de ideais entre a sigla e o parlamentar para justificar o motivo da não filiação.

Em entrevista ao site Crítica Nacional, Bolsonaro disse que poderia se candidatar ao comando do Palácio do Planalto pelo PSL."Nós procuramos o PSL, foi uma conversa excepcional. Pelo que tudo indica, nós podemos ir para o PSL, que mudaria de nome, que mudaria o estatuto, e mais importante: eu teria 100% de chance de disputar no ano que vem como candidato a presidente da República".

No comunicado publicado nas redes sociais, o PSL admitiu que Bolsonaro se reuniu com o presidente da legenda, Luciano Bivar, mas classificou Bolsonaro como um representante do "autoritarismo" e da "intolerância" tanto na economia quanto nos costumes. "Não procedem, de forma alguma, as notícias de que o deputado federal Jair Bolsonaro possa se filiar ao PSL".

Bolsonaro deve sair do PSC, que apoia a candidatura do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. O deputado tinha feito um acordo para migrar para o Partido Ecológico Nacional (PEN), que mudaria o seu nome para "Patriotas". Mas Bolsonaro se desentendeu com o presidente do PEN, Adilson Barroso, vereador em Barrinha (SP). Segundo Barroso, houve divergência sobre a divisão de poder dentro da sigla. "Nosso combinado eram cinco Estados e cinco membros na executiva nacional -vice-presidente, secretário-geral, secretário de comunicação e mais dois. Depois pediram mais cinco Estados, depois mais cinco Estados e já está em 23 Estados", disse Barroso. Segundo ele, as negociações têm sido lentas. "Estamos matando um leão por semana", disse