Título: Greve de professores tem baixa adesão
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Fonte: Correio Braziliense, 15/03/2012, Brasil, p. 12

A paralisação dos professores das redes estadual e municipal de todo o Brasil inicada ontem atinge 24 estados, conforme balanço feito ontem pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Segundo a entidade, que lidera a ação nos sindicatos dos estados e municípios, a previsão é de que a mobilização se estenda até amanhã, quando o grupo se reunirá para avaliar o andamento das negociações com as secretarias locais de educação.

As reivindicações incluem o cumprimento do piso nacional do magistério e a ampliação para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nos investimentos na Educação. Segundo o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, a diretoria da confederação se dividiu e está auxiliando de perto as paralisações nos estados. Membros da CNTE acompanham a greve em 20 estados.

Apesar de a paralisação ser nacional, nem todos os docentes aderiram à greve. Em Minas Gerais, por exemplo, 90% das unidades de ensino funcionaram normalmente ontem. Em São Paulo, também houve aulas em 95% das escolas.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, minimizou a dimensão da mobilização. "Nem todos os estados estão em paralisação e nem todos terão três dias. Considero um movimento de advertência. Já tivemos movimentos mais prolongados no ano passado. Acredito que é muito importante o diálogo, pois sabemos que para ter educação de qualidade no Brasil, nós precisamos recuperar e valorizar o salário dos professores", disse.

No fim de fevereiro, o MEC anunciou o reajuste de 22,22% no piso nacional dos docentes da rede pública. Com isso, o valor mínimo para remuneração dos professores com jornada de 40 horas semanais passou para R$ 1.451. A lei do piso foi aprovada no Congresso em 2008. No primeiro ano que entrou em vigor, o valor era de R$ 950. Em 2010, passou para R$ 1.024 e no ano seguinte, para R$ 1.187. De acordo com levantamento da CNTE, atualmente 17 unidades da Federação não cumprem a lei. (PF)

R$ 1,4 mil

Valor do piso nacional dos professores. Segundo a CNTE, 17 unidades da Federação não pagam o mínimo