Correio braziliense, n. 20006, 28/02/2018. Cidades, p. 24

 

Febre amarela contraída no DF

Otávio Augusto

28/02/2018

 

 

SAÚDE » Esse é o primeiro caso de um paciente que pegou a doença na capital, em 2018, e o quarto desde o ano passado. O homem se curou. A Vigilância Epidemiológica destaca que 86% da população do Distrito Federal está vacinada

Um homem pegou febre amarela na Granja do Torto, segundo a Secretaria de Saúde. Este é o quarto caso registrado na capital desde o ano passado, e o segundo em que a doença foi contraída no Distrito Federal. O primeiro, em dezembro de 2017, aconteceu no Jardim Botânico e um morador do Sudoeste morreu. Apesar de o contágio ter ocorrido em janeiro, a pasta só divulgou as informações na noite de ontem. Há, ainda, dois casos sob investigação.

Três exames no Laboratório Central (Lacen) e amostras enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, comprovaram a doença. O homem se curou. “O paciente relatou o início dos sintomas entre os dias 8 e 10 de janeiro. Além disso, ele não se deslocou para fora do Distrito Federal nos 15 dias que antecederam o início dos sintomas”, conclui a pasta, em nota.

A Vigilância Ambiental fez ações na Granja do Torto, como identificação e eliminação de focos de mosquito, verificação da existência de circulação de primatas não humanos e aplicação de fumacê, em três ciclos, à época da notificação. A Vigilância Epidemiológica destaca que 86% da população está vacinada. Só no ano passado, segundo dados preliminares, mais de 207 mil pessoas tomaram o imunobiológico.

No ano passado, foram investigados 86 casos suspeitos de febre amarela em moradores do DF. Destes, a Secretaria de Saúde descartou 83, três foram confirmados e evoluíram para óbito. Das confirmações, apenas uma foi autóctone, ou seja, a doença foi contraída na capital. Em 2000, houve o surto mais grave de febre amarela no Distrito Federal, com 40 registros. Em 2008, 13 pessoas adoeceram.

As primeiras manifestações da febre amarela são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. A manifestação mais grave do mal compromete fígado e rins, provoca icterícia (olhos e peles amarelados), sangramentos e queda de pressão arterial. As fêmeas dos mosquitos Haemagogus e Sabethes são as transmissoras na área rural. Na cidade, o Aedes aegypti (o mesmo da dengue, da zika e da chicungunha) é o vetor.

Macacos mortos

A Universidade de Brasília (UnB) concluiu que 79 dos 83 macacos encontrados mortos no DF e em Goiás, em dezembro e em janeiro, não foram vítimas de febre amarela. Em 38 dos casos, os especialistas descobriram que os animais morreram de, pelo menos, cinco doenças, segundo o Laboratório Regional de Diagnóstico para Febre Amarela em Primatas não Humanos, sediado no Hospital Veterinário de Pequenos Animais da UnB.

Os primeiros laudos mostram que os animais morreram por conta de parasitas, toxoplasmose transmitida por gatos, pneumonia e infecções. Há, ainda, mortes por choques elétricos, traumatismos e complicações no parto. Oito primatas tiveram a causa da morte indeterminada. Quatro ainda devem passar por análise laboratorial

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Dengue em seis cidades

Lucas Vidigal

28/01/2018

 

 

Fercal, Lago Norte, Lago Sul, Park Way, Sobradinho 2 e Varjão. As seis regiões administrativas correm risco de ter um surto de dengue, segundo a Secretaria de Saúde. Nestes locais, 3,9% das edificações vistoriadas nos dois últimos meses estão infestados de larvas de mosquitos Aedes aegypti, que transmite também zika, chicungunha e febre amarela.

A média de imóveis infestados chega a 2,05% em todo o DF, o suficiente para colocar as autoridades de saúde em alerta. Na medição anterior, de novembro, o valor era de 0,95%. A pior situação é a de Sobradinho 2, onde 11,57% das residências e dos edifícios têm larvas e mosquitos. “Estamos com aumento na infestação do mosquito”, afirmou o secretário de Saúde, Humberto Fonseca. Em sete semanas, a Secretaria de Saúde detectou 295 casos prováveis de dengue, 23% abaixo do mesmo período do ano passado.

Alerta

Confira as regiões mais críticas, de acordo com o percentual de imóveis com infestação de mosquitos da dengue avaliados pela Secretaria de Saúde:

Risco de surto

Sobradinho 2    (11,57%)

Lago Norte        (6,22%)

Fercal                (4,68%)

Park Way           (4,4%)

Lago Sul            (4,19%)

Varjão                (4,15%)

Em alerta

Planaltina            (3,77%)

Brazlândia           (2,98%)

Gama                   (2,82%)

Itapoã                 (2,68%)

Vicente Pires        (2,57%)

Sobradinho 1       (2,56%)

Brasília                  (2,38%)

São Sebastião      (2,32%)

Recanto das Emas    (2,2%)

Jardim Botânico     (2,08%)

Ceilândia               (1,52%)

Cruzeiro                (1,34%)

Samambaia            (1,34%)