Valor econômico, v. 18, n. 4409, 27/12/2017. Política, p. A8.

 

 

Alckmin diz que "prévia não divide, prévia escolhe"

André Guilherme Vieira

27/12/2017

 

 

O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), citou a eleição em primeiro turno do prefeito de São Paulo, João Doria, ocorrida no ano passado, para criticar a imprensa ao ser indagado, ontem, sobre o PSDB estar rachado para a escolha do nome do partido à eleição presidencial em 2018. Presidente nacional da legenda, Alckmin é o principal presidenciável tucano.

"Eu me lembro de uma matéria na imprensa sobre a prévia na capital, chamada 'Tucanocídio Político'. O resultado do tucanocídio foi vitória no primeiro turno. Prévia não divide, prévia escolhe", afirmou Alckmin, aludindo à reportagem publicada pela revista 'Veja' em março de 2016 sobre a migração de Andrea Matarazzo - que perdeu as prévias para o atual prefeito paulistano - do PSDB para o PSD, partido do ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab.

Alckmin usou de ironia ao ser questionado sobre as críticas feitas por seu principal adversário dentro do PSDB, o também pré-candidato à Presidência e prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que subiu o tom, cobrando do governador paulista a realização de prévias. "Olha, um grande apreço pelo Arthur Virgílio", afirmou.

Indagado sobre pesquisa Datafolha divulgada no domingo, que apontou que 7 em cada 10 brasileiros são contrários à privatização de estatais, Alckmin disse que o Estado não pode ser o "provedor de tudo" e citou a doutrina social da Igreja Católica.

"O governo não deve ser empresário. Não tem nenhum sentido governo ser dono de empresa, até porque não administra bem. É um princípio de subsidiariedade da Igreja de que o que o pequeno puder fazer, o grande não deve fazer", comparou.

O governador convocou entrevista coletiva ontem para anunciar lançamento de edital para consulta pública da Parceria-Público-Privada (PPP) "dos Trilhos", cuja promessa é a "construção de estrutura de 32 mil metros quadrados sobre trilhos do Metrô, próxima à estação Belém, com 4556 moradias".

Segundo Alckmin, "dando certo", serão R$ 1,4 bilhão de investimentos em São Paulo.

O projeto foi anunciado em cerimônia na sede do governo paulista e contou com apresentação de uma hora do secretário estadual da Habitação e presidente do diretório estadual do DEM, Rodrigo Garcia, aliado histórico de Alckmin e único pré-candidato ao governo paulista presente.