A assessoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou um áudio no qual sua irmã, Andrea Neves, conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS, sobre a ida dele para ver um apartamento no Rio. Para o senador, o áudio comprovaria que Andrea procurou Joesley “exclusivamente” para tratar da venda de um apartamento da família e não para negociar propina, como acusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na gravação, Andrea diz ter recebido a informação de que o empresário iria ao Rio e queria confirmar a visita ao imóvel.
— Ah, tá, é porque a gente recebeu o recado que você poderia vir, né. Aí marcamos, seria até bom para você ver o apartamento, sabe — diz Andrea.
“Isso comprova que os delatores, mais uma vez, mentiram e que as outras gravações que apresentaram à Justiça foram induzidas e manipuladas com o objetivo de produzir aparências de provas que justificassem seus acordos de delação premiada, suspensos exatamente pela falta de credibilidade”, afirma Aécio, em nota.
Em sua delação, o empresário cita duas negociações, uma sobre o apartamento e outra sobre o pedido de R$ 2 milhões. Joesley gravou Aécio fazendo esse pedido e a entrega de uma mala de dinheiro a um parente do senador foi filmada em uma ação controlada pela Polícia Federal. Aécio sustenta que este dinheiro era um empréstimo.
Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal vai debater se cabe ao Congresso decidir sobre medidas cautelares como o afastamento de Aécio do cargo, determinado pela Primeira Turma da Corte. Em parecer enviado ao STF, o Senado argumenta que não cabe ao Judiciário tomar medidas cautelares contra parlamentares.