A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) quer saber qual o número de telefone que fez a ligação anônima que, segundo investigadores, levou a Polícia Federal (PF) a descobrir o apartamento em Salvador onde estavam estocados R$ 51 milhões em espécie, que seriam do peemedebista. Os advogados de Geddel querem que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determine à PF que entregue não só o número do telefone, como a identidade do agente policial que atendeu a ligação no dia 14 de julho deste ano.
A ligação teria sido feita ao Núcleo de Inteligência Policial da PF. A defesa de Geddel também quer ter acesso ao material que foi recolhido no bunker e que permitiu a identificação das digitais do próprio ex-ministro e de outras pessoas envolvidas no caso. Caberá ao ministro Edson Fachin analisar o pedido dos advogados.
Alvo da Operação Tesouro Perdido, o ex-ministro foi preso no dia 8 de setembro depois que policiais encontraram suas impressões digitais no próprio dinheiro. Até então, cumpria prisão domiciliar na capital baiana.
A suspeita da Polícia Federal é que parte do dinheiro se trata de propinas pagas para viabilizar a liberação de crédito do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) a empresas.
Geddel Vieira Lima é suspeito de receber R$ 20 milhões em propinas. Além de ex-ministro da Secretaria de Governo da gestão do presidente Michel Temer, o peemedebista foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff. Ele também foi ministro no governo Lula.
Aliados do presidente Michel Temer temem que o agravamento da situação do ex-ministro o leve a optar por uma delação premiada, o que poderia resultar na exposição de eventuais crimes cometidos pelo presidente, há décadas um dos políticos mais próximos de Geddel.