BRUNA BORELLI
Dois dias depois de conceder uma liminar suspendendo a transferência do ex- governador do Rio Sérgio Cabral ( PMDB) para o presídio federal de Mato Grosso do Sul, o ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF) Gilmar Mendes disse que não está convencido de que Cabral tenha ameaçado o juiz Marcelo Bretas, da 7 ª Vara Federal Criminal do Rio, durante audiência.
Em Portugal para um evento do Instituto Brasiliense de Direito Público ( IDP), do qual é um dos sócios, o ministro enfatizou que a informação de que a família de Bretas tem uma loja de bijuterias no Centro do Rio, citada pelo ex- governador na audiência, é de conhecimento público.
— O que se alegou é que houve ameaça ao juiz. Eu vi o vídeo, examinei todas as questões e não me convenci disso. Pelo contrário, é um diálogo talvez um pouco ríspido entre o ex- governador e o juiz, mas nada de mais — disse.
Bretas determinou a transferência de Cabral no último dia 23, após um pedido do Ministério Público Federal, que considerou que o ex- governador teve acesso a informações privilegiadas dentro da cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, onde está preso.
Na terça- feira, veio à tona a informação de que a unidade receberia uma videoteca com TV de 65 polegadas, BluRay 3D e home theater, mas a Secretaria de Administração Penitenciária voltou atrás. Perguntado sobre a suspeita de que Cabral teria regalias na prisão, Gilmar Mendes disse que isso não é justificativa para levá- lo a uma penitenciária de segurança máxima.
— O tratamento privilegiado na prisão tem que ser resolvido lá mesmo. (* especial para o GLOBO)