O Estado de São Paulo, n. 45355, 21/12/2017. Economia, p. B5.
Em SP, áreas centrais têm melhor situação
Roberta Jansen
21/12/2017
Embora a Região Metropolitana de São Paulo apresente a maior concentração populacional do País (19,4 milhões de pessoas em 2010), a metrópole se destaca por não apresentar uma parcela considerável da população naquelas que são consideradas as piores categorias: I, J e K.
“Isso foi algo que nos surpreendeu: São Paulo, com toda a sua concentração urbana, conseguiu não ter as piores categorias”, afirmou o geógrafo do IBGE Maurício Gonçalves e Silva, um dos responsáveis pela pesquisa “Tipologia Intraurbana – Espaços de diferenciação socioeconômica nas concentrações urbanas do Brasil”, divulgada ontem.
Além disso, a região apresenta uma divisão mais justa – se comparada a outras no País. Nas classes A, B e C estão 10% da população. Na D e E, ficam 61,8% e nas piores registradas por lá, F, G e H, são 28,4%.
A distribuição espacial das pessoas com melhores e piores condições de vida em São Paulo segue um padrão tradicional, segundo o geógrafo.
“São Paulo tem uma característica que chamamos de radial, as melhores condições de vida são centrais e, a medida que nos afastamos do centro, as condições vão piorando”, explicou Maurício Gonçalves e Silva. “Tanto é assim que as favelas começam a aparecer nas bordas, na periferia, com exceção de Paraisópolis e Heliópolis que são mais centrais.”
É diferente do Rio de Janeiro, por exemplo, em que as áreas mais ricas se concentram no litoral e as favelas são mais entremeadas nas regiões de melhores condições.