Correio braziliense, n. 19982, 07/02/2018. Política, p. 5

 

Fux garante ficha limpa

Deborah Fortuna 

07/02/2018

 

 

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Ao assumir a Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux destacou os desafios da gestão neste ano eleitoral, frente a um cenário imprevisível, e garantiu a participação do TSE no combate às notícias falsas e à aplicação da lei da Ficha Limpa. “Vamos combater as fake news. A ficha limpa se apresenta como pilar fundamental da atuação do TSE. A Justiça Eleitoral será irredutível na aplicação dela”, afirmou.

A cerimônia de posse ocorreu na noite de ontem, na sede do órgão, e teve participação do presidente da República, Michel Temer, entre outras autoridades. Fux fica à frente do órgão até agosto, quando completa dois biênios dentro da instituição e é substituído pela vice-presidente Rosa Weber.

Em discurso, Fux se disse otimista, apesar do cenário eleitoral conturbado que deve enfrentar neste ano. Mesmo não estando na liderança do órgão nas eleições de 2018, será ele quem conduzirá o processo ao longo do ano. “Será um momento especial e desafiador para o país. Especial porque milhões de brasileiros caminham para a arena democrática e desafiador porque teremos uma eleição presidencial que se prenuncia como a mais espinhosa e imprevisível”, disse.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reafirmou as qualidades de Fux e da vice-presidente Rosa Weber e comentou sobre os desafios que o órgão deve encarar durante os próximos meses. “O Ministério Público está preparado para lutar contra fraudes nas eleições, defender a Lei da Ficha Limpa e o sufrágio universal previsto na Constituição”, comentou a procuradora-geral, em referência à ação direta de inconstitucionalidade que enviou ao Supremo Tribunal Federal ontem. O documento pede o fim do voto impresso nas eleições de 2018, destacando a insegurança do modelo para o sistema eleitoral.

Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, destacou a importância da participação do eleitor em outubro para mudar o cenário político. “No meio do eleitorado, percebe-se duas correntes antagônicas. De um lado, os descrentes que estão determinados a abster-se; do outro, os que querem agir para determinar os rumos do país. A maioria é proativa”, comentou.