O Estado de São Paulo, n. 45340, 06/12/2017. Política, p. A7.

 

Temer minimiza fala de Meirelles sobre o PSDB

Felipe Frazão/ Igor Gadelha

06/12/2017

 

 

Presidente afirma que críticas de ministro da Fazenda é uma ‘análise sociológica’ e pessoal

 

 

O presidente Michel Temer tratou ontem as críticas recentes feitas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao PSDB e ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como uma “análise sociológica”. Reportagem do Estado publicada ontem mostrou que a estratégia de Meirelles de jogar no colo dos tucanos a culpa por um eventual fracasso na votação da reforma da Previdência tem o aval do Palácio do Planalto.

“Ele fez uma declaração de acordo com as concepções dele. Mas nada agressivo com relação ao PSDB. Foi uma análise sociológica”, disse Temer.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada anteontem, Meirelles descartou Alckmin como candidato do governo à Presidência em 2018 e criticou a indecisão do PSDB quanto à votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda as aposentadorias.

Conforme revelou o Estado no fim do mês passado, Temer começou a desenhar uma estratégia para a eleição. A ideia é reunir os principais partidos da coalizão governista em uma chapa de centro-direita para a corrida ao Planalto. Meirelles quer ser esse concorrente e já tenta repaginar sua imagem, para torná-la mais popular.

O ministro, porém, enfrenta “fogo amigo” dentro do próprio partido, o PSD. Deputados da legenda criticam a falta de interlocução de Meirelles com a bancada e dizem que ele erra ao priorizar sua articulação política para 2018 com outras siglas e com o Planalto, em detrimento da própria bancada, a quarta maior da Casa, com 38 parlamentares.

“Ao que parece, ele tem deixado para o Planalto a responsabilidade sobre a articulação política. Conversa com os agentes econômicos, mas muito pouco com os agentes políticos”, criticou o vice-líder do PSD na Câmara, deputado Domingos Netto (CE), que deve assumir a liderança do partido no próximo ano. “Ele deveria conversar mais com a bancada. Não é o partido dele?”, cobra o deputado Julio César (PSD-PI), coordenador da bancada do Nordeste.

Procurado, Meirelles não comentou. Embora diga que só vai decidir sobre candidatura em março, prazo final para se desincompatibilizar do cargo, o ministro vem se movimentando para ser candidato.

 

‘Bom começo.’ Alckmin afirmou ontem que considera “um bom começo” os números de intenção de voto que sua candidatura à Presidência ostenta neste momento da corrida eleitoral. “Você, sem ser candidato, ter entre 6% é 12%, dependendo do cenário, é um bom começo”, afirmou o tucano em relação à pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana.

O presidente Michel Temer tratou ontem as críticas recentes feitas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao PSDB e ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como uma “análise sociológica”.

Reportagem do Estado publicada ontem mostrou que a estratégia de Meirelles de jogar no colo dos tucanos a culpa por um eventual fracasso na votação da reforma da Previdência tem o aval do Palácio do Planalto.

“Ele fez uma declaração de acordo com as concepções dele. Mas nada agressivo com relação ao PSDB. Foi uma análise sociológica”, disse Temer.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada anteontem, Meirelles descartou Alckmin como candidato do governo à Presidência em 2018 e criticou a indecisão do PSDB quanto à votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda as aposentadorias.

Conforme revelou o Estado no fim do mês passado, Temer começou a desenhar uma estratégia para a eleição. A ideia é reunir os principais partidos da coalizão governista em uma chapa de centro-direita para a corrida ao Planalto. Meirelles quer ser esse concorrente e já tenta repaginar sua imagem, para torná-la mais popular.

O ministro, porém, enfrenta “fogo amigo” dentro do próprio partido, o PSD. Deputados da legenda criticam a falta de interlocução de Meirelles com a bancada e dizem que ele erra ao priorizar sua articulação política para 2018 com outras siglas e com o Planalto, em detrimento da própria bancada, a quarta maior da Casa, com 38 parlamentares.

“Ao que parece, ele tem deixado para o Planalto a responsabilidade sobre a articulação política. Conversa com os agentes econômicos, mas muito pouco com os agentes políticos”, criticou o vice-líder do PSD na Câmara, deputado Domingos Netto (CE), que deve assumir a liderança do partido no próximo ano. “Ele deveria conversar mais com a bancada. Não é o partido dele?”, cobra o deputado Julio César (PSD-PI), coordenador da bancada do Nordeste.

Procurado, Meirelles não comentou. Embora diga que só vai decidir sobre candidatura em março, prazo final para se desincompatibilizar do cargo, o ministro vem se movimentando para ser candidato.

‘Bom começo.’ Alckmin afirmou ontem que considera “um bom começo” os números de intenção de voto que sua candidatura à Presidência ostenta neste momento da corrida eleitoral. “Você, sem ser candidato, ter entre 6% é 12%, dependendo do cenário, é um bom começo”, afirmou o tucano em relação à pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

‘Ladrão tem de ir para a cadeia’, diz Lula

 Ricardo Galhardo

06/12/2017

 

 

Um dia depois de o relator do processo que pode torná-lo inelegível terminar seu voto, o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, em Cariacica (ES), que estão querendo tirá-lo da eleição do próximo ano. O petista ainda desafiou o Ministério Público e a Polícia Federal a apresentarem provas de que ele seja corrupto e afirmou que “ladrão tem de ir para a cadeia”.

“Acho que eles estão tentando encontrar um jeito de evitar que eu seja candidato quando seria muito mais honesto, muito mais decente, eles me derrotarem. Já perdi em 1989, 1994 e 1998. Se eles estão preocupados comigo, se juntem e me derrotem. Mas com mentiras eles não vão me tirar do páreo”, afirmou o ex-presidente.

Lula fez a declaração em visita ao câmpus de Cariacica do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), construído durante seu governo. A visita faz parte da segunda etapa da caravana de cinco dias pelos Estados do Espírito Santo e Rio.

“Vocês sabem que eu tenho nove processos. Eu não vou entrar em detalhe, mas estou desafiando o (juiz Sérgio) Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal a apresentarem um centavo que eu cometi algum deslize neste País”, afirmou.

Lula voltou a exaltar a importância da criação de órgãos de controle criados nas gestões petistas. “Ninguém prendeu mais servidor público do que nós. Ninguém deu mais independência para o Ministério Público. Porque na nossa opinião ladrão tem de ir para a cadeia”, disse.

 

Rio. Ontem à noite, o ex-presidente chegou a Campos dos Goytacazes, no interior do Rio. Manifestantes pró-Bolsonaro fizerem um ato paralelo à caravana do petista.