Correio braziliense, n. 20013, 07/03/2018. Política, p. 3
Reforma ministerial em discussão
07/03/2018
O chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, manteve, em meio ao turbilhão do pedido de quebra de sigilo bancário do presidente Michel Temer, as reuniões para definir as trocas ministeriais. As substituições — pelo menos 11 no total — terão de ocorrer até 7 de abril, prazo final de desincompatibilização.
Padilha confirmou ontem que o ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, deixará o posto em 31 de março. O chefe da Casa Civil reuniu-se ontem com alguns ministros para definir os critérios a serem adotados na escolha dos respectivos sucessores. “Queremos nomes com patamares equivalentes ou, se possível, até superiores aos dos atuais ministros”, confirmou Padilha, ao chegar à Câmara para participar de um evento de desburocratização da máquina pública. Ele disse ainda que, mais do que nomes capazes de manter o funcionamento da máquina pública, é fundamental que os substitutos tenham comprometimento com o projeto de poder do governo. “Precisamos de engajamento, porque nossa ideia é termos um candidato único da base aliada nas eleições de outubro”, admitiu o chefe da Casa Civil.
O governo, especialmente o núcleo palaciano, trabalha com a possibilidade de o próprio presidente Michel Temer ser esse candidato. A avaliação é de que ninguém melhor do que ele tem a capacidade de defender o legado do governo. Mas ele terá de vencer o desejo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de ser o candidato ao Planalto.