Correio braziliense, n. 20029, 23/03/2018. Política, p. 4

 

Discurso mescla "farsa" com "tranquilidade"

23/03/2018

 

 

JUSTIÇA » Lula quer que o mérito da condenação a 12 anos e um mês de cadeia seja julgado em instâncias superiores, como o STJ e o STF, para se mostrar o “conjunto de mentiras”

O Supremo Tribunal Federal (STF) nem tinha decidido ainda pelo salvo-conduto, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já demonstrava confiança e afirmava estar com a “tranquilidade dos inocentes”. Em entrevista concedida a jornalistas da Rádio Guaíba, durante o périplo pelo Rio Grande do Sul, o petista disse que espera um julgamento digno das esferas superiores da Justiça.

“Estou com a tranquilidade dos inocentes, e eles, com a intranquilidade dos culpados. Eles sabem que montaram uma farsa para me condenar. Estão julgando os governos do Lula e da Dilma. Veja que aquele menino, o tal de (Deltan) Dallagnol, ele deveria ter sido exonerado quando contou a mentira do PowerPoint”, afirmou.

“A única coisa que eu quero deste processo é que alguma instância superior, ou STJ ou STF, julgue o mérito do processo. Eu não posso aceitar o conjunto de mentiras que foi montado para tentar condenar o Lula. Eu tenho uma relação de honestidade com o povo. O povo sabe que não minto”, disse o petista.

No Rio Grande do Sul, Lula foi alvo de protestos durante a caravana que circula por cidades do interior e seguirá para Santa Catarina e Paraná. O petista disse que o gaúcho está “muito conservador” e lamentou as manifestações que ocorreram no município de Bagé. “Eu achei uma afronta meia dúzia de fazendeiros, junto com jovens do agronegócio, acharem que podem impedir dois presidentes, dois governadores de estado e sete deputados de entrarem na cidade”, criticou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) nem tinha decidido ainda pelo salvo-conduto, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já demonstrava confiança e afirmava estar com a “tranquilidade dos inocentes”. Em entrevista concedida a jornalistas da Rádio Guaíba, durante o périplo pelo Rio Grande do Sul, o petista disse que espera um julgamento digno das esferas superiores da Justiça.

“Estou com a tranquilidade dos inocentes, e eles, com a intranquilidade dos culpados. Eles sabem que montaram uma farsa para me condenar. Estão julgando os governos do Lula e da Dilma. Veja que aquele menino, o tal de (Deltan) Dallagnol, ele deveria ter sido exonerado quando contou a mentira do PowerPoint”, afirmou.

“A única coisa que eu quero deste processo é que alguma instância superior, ou STJ ou STF, julgue o mérito do processo. Eu não posso aceitar o conjunto de mentiras que foi montado para tentar condenar o Lula. Eu tenho uma relação de honestidade com o povo. O povo sabe que não minto”, disse o petista.

No Rio Grande do Sul, Lula foi alvo de protestos durante a caravana que circula por cidades do interior e seguirá para Santa Catarina e Paraná. O petista disse que o gaúcho está “muito conservador” e lamentou as manifestações que ocorreram no município de Bagé. “Eu achei uma afronta meia dúzia de fazendeiros, junto com jovens do agronegócio, acharem que podem impedir dois presidentes, dois governadores de estado e sete deputados de entrarem na cidade”, criticou.

Advogados

Nos grupos de WhatsApp formados por dezenas de advogados simpáticos a Lula ou envolvidos com processos da Lava-Jato, a decisão do Supremo foi vista como uma vitória, mesmo que momentânea. Os advogados perceberam duas manobras. A primeira foi da ministra Cármen Lúcia, que, diante da insistência de seus colegas de STF e entidades representativas da classe jurídica para que fossem pautadas as ações sobre prisão em segunda instância, que não citavam Lula diretamente, teria decidido “fulanizar” o julgamento, colocando em pauta o habeas corpus do petista.

O outro movimento detectado pelos advogados foi no sentido contrário. Para eles, quando Cármen Lúcia se colocou a favor da liminar que proíbe a prisão de Lula, reagiu contra o que consideraram uma tentativa dos ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso de conduzir o julgamento. “Essa decisão de hoje é apenas para que se garanta a liberdade do ex-presidente Lula até que o Supremo se pronuncie. Vamos imaginar a hipótese o Lula é preso, retoma o julgamento no dia 4, e o Supremo concede a ordem. É absolutamente incongruente, porque dá a ordem depois de ele preso”, disse o líder do PT na Câmara em exercício, Wadih Damous.