O globo, n. 30794, 28/11/2017. País, p. 4

 

Bolsonaro: ‘Policial que não mata não é policial’

Sérgio Roxo 

28/11/2017

 

 

Para ele, PMs que mais matam deveriam ser ‘condecorados’

-SÃO PAULO- Pré-candidato a presidente da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) defendeu ontem os 20 policiais militares com participação na morte de 356 pessoas no Rio, conforme revelado pelo GLOBO na edição de domingo. O parlamentar chegou a dizer que “policial que não mata não é policial”.

Bolsonaro também indicou que, se eleito, nomeará o economista Paulo Guedes como ministro da Fazenda. O deputado defendeu ainda a manutenção do foro privilegiado e que proprietários rurais tenham direito de portar fuzil para enfrentar Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

— Esses policiais têm que ser condecorados. Policial que não mata não é policial — disse ele, em evento promovido pela revista “Veja”.

Em entrevista coletiva, o deputado disse que os policiais que participam de auto de resistência não deveriam ser nem sequer investigados.

Ao responder sobre quem seria o seu ministro da Fazenda em um eventual governo seu, o deputado citou o nome do economista Paulo Guedes, integrante do Instituto Millenium. Bolsonaro contou ter fornecido, nas conversas com o economista, “ingredientes para que ele faça o bolo”. Entre esses ingredientes estariam a manutenção do tripé macroeconômico, a redução da dívida publica e o “equacionamento da questão dos servidores”.

— Tivemos duas conversas. Não existe sequer um noivado. É um namoro porque, se houve um segundo (encontro), é que houve uma certa simpatia entre nós — disse Bolsonaro.

 

MARINA: “CICLO DE REFLEXÃO”

Em relação a outros ministérios, Bolsonaro, que já falou sobre escolher militares, disse que as críticas a essa escolha são infundadas, já que, durante os governos Lula e Dilma, segundo o deputado, havia ministros “guerrilheiros corruptos”. Segundo ele, seu ministro da Defesa será um militar.

A ex-senadora Marina Silva, porta-voz da Rede Sustentabilidade, afirmou ontem que ainda está refletindo se disputará a Presidência da República pela terceira vez. Marina Silva anunciou que tomará uma decisão sobre o tema antes do carnaval.

— Estou fechando meu ciclo de reflexão, conversando com várias pessoas. Em breve, estarei colocando qual a forma da minha participação nessas eleições de 2018 — respondeu a líder da Rede, ao responder se será candidata, durante série de entrevistas promovida pela revista “Veja”.

Marina revelou que está pesando, em sua definição, as “condições adversas” que talvez tenha que enfrentar. Como exemplo, citou os 12 segundos de tempo de televisão que teria direito no horário eleitoral.