Correio braziliense, n. 20065, 28/04/2018. Política, p. 4

 

Brasil e Chile: integração e fim de barreira

28/04/2018

 

 

O presidente Michel Temer e o presidente do Chile, Sebastián Piñera, assinaram acordos ontem e defenderam a integração e eliminação de barreiras comerciais entre os dois países. “Brasil e Chile são parceiros históricos e com valores. Nosso papel é continuar aprimorando essa relação entre os dois países”, disse Temer após a reunião com Piñera. Com os acordos, o governo brasileiro quer estimular investimentos entre os dois países. “Nosso objetivo é superar barreiras regulatórias”, disse Temer, destacando que o Chile é o maior parceiro do país na região.

O presidente brasileiro afirmou que houve concordância em fazer a integração entre o Mercosul e a Aliança para o Pacífico. Durante o encontro com Piñera, segundo Temer, também foi discutida a questão da Venezuela. “Expressamos nossa preocupação com o destino político para aquele país. Cheguei a mencionar o problema que temos no Brasil dos imigrantes venezuelanos”, destacou Temer. “Concordamos que não há alternativa na região que não seja para um regime democrático”, completou.

Temer aproveitou para comentar o movimento do líder norte-coreano, Kim Jong-un, e do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que prometeram trabalhar pela “desnuclearização completa da península coreana”, durante a primeira cúpula intercoreana em mais de uma década. “Esperamos assistir a uma etapa que levará a paz à península coreana. Isso terá repercussões em outros conflitos regionais”, comentou.

Sebastián Piñera destacou que foram feitos acordos importantes com o Brasil e que os dois países caminham para eliminar barreiras tarifárias. Ele destacou o desejo de Chile e Brasil liderarem o processo de integração na América Latina, não só de comércio de bens, serviços e investimentos, mas também na área da segurança.

As duas nações assinaram um protocolo de Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI). O protocolo oferece uma proteção adicional a companhias que investem no exterior e complementa um acordo mais amplo assinado entre Brasil e Chile em 2015, que protege investimentos nos demais setores da economia. Também foi assinado um Acordo de Contratação Pública, pelo qual empresas dos dois países poderão participar das licitações públicas em igualdade de condições.