Título: Reajuste dos aluguéis será de 3,23% em abril
Autor: Dinardo, Ana Carolina
Fonte: Correio Braziliense, 30/03/2012, Economia, p. 13

Para evitar correção maior em contrato antigo, é preciso atentar-se às regras e negociar

Os inquilinos que tiverem contratos de locação com vencimento a partir de 1º de abril e reajuste atrelado ao Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) devem preparar o bolso e redobrar a atenção sobre o novo valor a ser pago. A inflação dos alugueis, como é mais conhecida, variou 0,43% em março e acumulou uma alta de 3,23% em 12 meses. O índice vale para maioria dos acordos assinados, mas é preciso cuidado com as cláusulas que autorizam as imobiliárias a arbitrarem novo indexador para imóveis alugados há mais de 30 meses. Depois desse prazo, elas podem, inclusive, exigir a correção da mensalidade pelo valor de mercado. Sem negociar, o consumidor quase sempre sai perdendo.

Não por acaso, a maior variação do IGP-M, que é calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), veio exatamente do grupo habitação, cuja inflação subiu de 0,32% em fevereiro para 0,99% em março. Na mesma comparação, o aluguel residencial saltou de 0,48% para 0,95%. Os dados indicam que a cautela é essencial para evitar prejuízos. Quem não o contrato com cuidado pode ter surpresas. É o caso, por exemplo, da secretária Bianca Costa Marfim de Sousa, 35 anos. Quando ela foi pagar o aluguel de março, a imobiliária lhe informou que a partir do mês que vem o valor subirá de R$ 500 para R$ 575 — um reajuste de 15%. "Sei que a diferença pode parecer pouca, mas vai afetar meu orçamento", lamentou.

Na avaliação de Celso Brant, gerente da Vera Imobiliária, o aumento tem que ser compatível com o IGP-M e não com as variações do valor do imóvel. "O ponto-chave de reajuste deve ser equiparado com a realidade no que tange a inflação", afirmou. Mas Brant parece ser minora. Para Marco Antônio Resende Silva, gestor da Coemi Imobiliária, os acréscimos nos preços dos aluguéis devem ser paralelos aos de mercado. "À medida que as vendas estão crescendo, os preços tendem acompanhar. Não há meios de não transferir os valores para os inquilinos", sustentou.

O comerciante José Almeida Barros, 56 anos, está atento aos reajustes anuais previstos no contrato de locação da casa onde mora e, mesmo assim, já prepara uma estratégia para driblar os valores altos dos aluguéis. Ele contou que paga R$ 650 pela moradia e foi informado que, a partir de abril, o valor subirá para R$ 780. "Se os aumentos continuarem dessa maneira, no ano que vem vou começar a procurar outro imóvel", disse.