O Estado de São Paulo, n. 45383, 18/01/2018. Política, p. A6.

 

Arthur Virgílio cobra ‘movimento real’ por prévias no PSDB

Marianna Holanda / Renan Truffi

18/10/2017

 

 
Em nova carta enviada a Alckmin, prefeito pede também transparência no uso de recursos do Fundo Partidário

 

 

A um mês e meio das prévias para decidir quem será o candidato do PSDB à Presidência da República em 2018, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, criticou ontem, em carta encaminhada ao presidente do partido e governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a falta de “movimento real” para a realização das eleições internas. O amazonense também cobrou a criação de um portal da transparência para a divulgação das finanças do partido. Virgílio deve ser o adversário de Alckmin nas prévias marcadas para 4 de março. “Nenhum movimento real do partido em direção a esse processo foi exteriorizado, notadamente a edição da resolução propondo os contornos jurídicos e políticos para a consecução do mesmo”, diz Virgílio no texto.

O secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG), rebateu, ressaltando que o partido realizou o recadastramento de filiados e marcou para 7 de fevereiro reunião que vai determinar o calendário de debates. “Tenho falado com Arthur de três em três dias e todas as demandas em relação à estruturação das prévias estão sendo encaminhadas”, afirmou Pestana. E completou: “Ele já recebeu o arquivo com o colégio eleitoral, com os filiados cadastrados e não cadastrados, isso é uma etapa cumprida”.

Pedidos. Esta é a segunda carta de Virgílio endereçada a Alckmin desde que ambos manifestaram interesse em concorrer à Presidência. Na primeira, em dezembro, quando o governador foi eleito presidente nacional do PSDB, Virgílio pedia a realização de dez debates e que as pré-campanhas tivessem recursos do Fundo Partidário divididos “em parte milimetricamente iguais”. Agora, o prefeito de Manaus solicita que Alckmin “autorize a tesouraria do partido a fornecer o extrato consolidado da conta bancária relativa aos recursos do Fundo Partidário, como demonstração de lisura em relação aos futuros repasses para gastos dos postulantes”. Ontem Alckmin se reuniu em Brasília com integrantes da Executiva e teve encontros com os governadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Pedro Taques (PSDB-MT). O governador não comentou a carta.

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França será candidato em SP mesmo sem tucanos, diz presidente do PSB

Igor Gadelha

18/01/2018

 

 

Segundo dirigente, vice vai disputar sucessão de Alckmin e eventual apoio do PSDB não garante aliança na esfera federal

 

 

O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), será candidato a governador nas eleições deste ano com ou sem o apoio do PSDB, disse ontem o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. O dirigente também afirmou que um eventual apoio dos tucanos a França não garante em troca, necessariamente, o apoio dos pessebistas à candidatura do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República.

“A candidatura de Márcio França acontecerá com ou sem o apoio do PSDB e é prioritária para o PSB. Claro que queremos o apoio do PSDB, mas aí vai depender deles”, afirmou Siqueira ao Estadão/Broadcast. Segundo o dirigente, a candidatura de França é uma das nove a governos de Estado que a legenda articula lançar no pleito deste ano. Além de São Paulo, a sigla quer ter candidatos a governador em Minas, Distrito Federal, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Tocantins e Espírito Santo.

França vai assumir o governo paulista em abril, quando Alckmin deverá se desincompatibilizar do cargo para concorrer ao Palácio do Planalto. Mesmo antes de ter a máquina pública nas mãos, o pessebista já costura acordos para garantir tempo de TV para a propaganda partidária. Nessa semana, anunciou apoio do PR e já tem conversas avançadas com Solidariedade, que deve anunciar seu apoio hoje, e PROS.

O nome do vice-governador, porém, enfrenta resistência entre integrantes do PSDB paulista, que não abrem mão de candidatura própria do partido ao Palácio dos Bandeirantes. Entre os possíveis candidatos tucanos à sucessão de Alckmin estão o prefeito João Doria e o senador José Serra. Em entrevistas na segunda-feira, Alckmin disse que a decisão de quem os tucanos vão apoiar ou se vão lançar candidatura própria só será tomada na convenção de março.

 

Presidência. O presidente do PSB disse que o partido ainda não sabe como se posicionará na corrida presidencial. Segundo Siqueira, o cenário tem hoje alto “grau de incerteza”, com uma eventual condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode torná-lo inelegível, e a “incerteza” sobre a candidatura de Alckmin, refletida em entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao Estado, quando ele disse que o governador precisa provar que é capaz de unir os partidos de centro para se viabilizar. Siqueira ressaltou que vários partidos já procuraram o PSB em busca de apoio a seus candidatos à Presidência, entre eles, o PT e o Podemos.

 

Prioritária

“A candidatura de Márcio França acontecerá com ou sem o apoio do PSDB e é prioritária para o PSB.”

Carlos Siqueira

PRESIDENTE DO PSB