Virgílio afirma que discordou das regras estabelecidas para a eleição interna e chamou o processo de prévias de “fraude”. A decisão dele abre caminho para que Alckmin seja aclamado o nome do PSDB para a corrida presidencial.

O governador iria se afastar temporariamente da presidência do PSDB para disputar a prévia, mas, diante da decisão do concorrente, ele permanecerá no cargo.

— Não vou legitimar uma fraude. Digo isso porque as prévias, tal como as regras foram definidas, são uma fraude. Não vou participar não — disse o prefeito de Manaus.

Ele anunciou a retirada de sua pré-candidatura depois da divulgação pela imprensa durante a tarde dos critérios para a prévia. Um dos maiores pontos de discórdia foi o número de debates que aconteceriam entre ele e Alckmin. Inicialmente, o prefeito propôs dez rodadas de discussão, o que foi negado. Sugeriu, então, que fossem reduzidas para cinco. Ao final, a direção do partido decidiu que seriam realizados três debates.

Além disso, para se inscrever na prévia, os participantes teriam que provar ter o apoio de parte da bancada de parlamentares da sigla ou da direção nacional.

O prefeito disse que não comunicará oficialmente o PSDB.

— Não vou comunicar ninguém porque nunca me comunicaram de nada. Ele também não economizou nas críticas a Alckmin e garantiu que não fará campanha para o tucano no Amazonas.

— O partido precisa cair na real que com Geraldo Alckmin não ganham de jeito nenhum. Temos uma pessoa inviável se tornando candidato.

O embate de Virgílio com Alckmin se arrasta há meses. A pré-candidatura dele era vista por alguns aliados do governador como um trampolim para se lançar candidato ao governo do Amazonas este ano. Ele negou ontem ao GLOBO que disputará eleição para qualquer cargo e até insinuou que deixaria a política ao final de seu mandato como prefeito em 2022. Entretanto, Virgílio disse que fica no PSDB.

— Não penso em deixar o PSDB. O partido é maior do que Alckmin.