O globo, n. 30907, 21/03/2018. País, p. 6

 

O globo, n. 30907, 21/03/2018. País, p. 6

Maria Lima e Patrik Camprez

21/03/2018

 

 

Governador promete reforma da Previdência no 1º ano, caso se eleja

-BRASÍLIA- A Executiva Nacional do PSDB referendou ontem o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como pré-candidato à Presidência da República. Ele anunciou que o senador Tasso Jereissati (CE) será seu coordenador de campanha, anunciou alguns pontos do programa de governo e prometeu encaminhar ao Congresso novas propostas de reformas da Previdência e tributária.

Além de coordenar a campanha, Tasso vai atuar na elaboração do programa de governo, junto com o economista Pérsio Arida. Entre as propostas que pretende levar adiante está a mudança na remuneração do FGTS, seguro-desemprego e abono salarial.

— O dinheiro dos trabalhadores se dissolve ao longo do tempo. Defendemos que seja sempre o rendimento acima da inflação mais o ganho. Uma das propostas é que o FGTS seja remunerado pela TLP. É fazer justiça com os trabalhadores. Sempre coloquei que nosso desafio é crescimento econômico e inclusão. Temos que corrigir essas injustiças — anunciou Alckmin.

Ele prometeu fazer uma reforma da Previdência no primeiro ano de governo.

— Tenho a convicção que as reformas têm que ser feitas no primeiro ano de mandato. Quem for eleito, terá mais de 60 milhões de votos, legitimidade e um novo Congresso. Abriu o Congresso, tem que votar a reforma previdenciária com justiça social — disse.

Alckmin defendeu como legítima uma candidatura do presidente Michel Temer à reeleição, mas criticou o governo, por manter um alto déficit primário.

— No quadro econômico, temos um problema ainda não resolvido. Não é natural um déficit de R$120 bilhões. Isso precisa ser resolvido rapidamente — cobrou.

Alckmin também defendeu que o governo federal faça investimentos em Segurança Pública, citanto exemplos relativos à redução de crimes em São Paulo. Ao alfinetar os governos petistas, Alckmin destacou que o Brasil, na sua avaliação, não deve optar pelo populismo. Ele também criticou a pressão no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a presidente da Corte, Cármen Lúcia, coloque em votação a revisão da prisão em segunda instância, que poderia impedir a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alckmin deixará o cargo de governador no dia 7 de abril para viajar em campanha. Sobre a divisão de seu palanque em São Paulo, com as candidaturas do prefeito da capital paulista João Doria (PSDB) e do vice-governador Márcio França (PSB), disse não ver problema em viajar para o interior com os dois.

— Ué, qual o problema? Apoio é ótimo — disse.

Numa tentativa de apaziguar o clima tenso entre os dois aliados candidatos, disse que Doria não lhe atrapalha e afagou Márcio França:

— A candidatura de Doria não atrapalha em nada, é uma candidatura forte, legitima. E com o meu vice Márcio França, o estado estará em ótimas mãos, mãos firmes, honradas e competentes.