O globo, n. 3090, 17/03/2018. Rio, p. 9

 

Promotor rejeita federalizar investigação

Chico Otávio

17/03/2018

 

 

Depoimento de assessora e imagens de câmeras são cruciais, diz ele

O promotor Homero Freitas, titular da 23ª Promotoria de Investigação Penal, que está acompanhando o inquérito da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, afirmou ao GLOBO não haver motivos para federalizar as investigações. Ontem, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinou a instauração de um procedimento para estudar a federalização do caso.

— A Procuradoria-Geral da República não suscitou um conflito, apenas disse que poderia e queria ajudar, não existe qualquer razão para a federalização. A Divisão de Homicídios (DH) e o Ministério Público têm totais condições de resolver, como sempre fizeram — ressaltou o promotor.

‘NADA PODE SER DESCARTADO’

Freitas é considerado um dos mais experientes promotores em investigação penal no Ministério Público Estadual. Ele ressaltou, ainda, que os próximos passos da investigação são a “análise das câmeras (de segurança) do local e do percurso, além da análise criteriosa das informações que chegam”. O depoimento de mais de cinco horas da única sobrevivente do assassinato, a assessora parlamentar de Marielle, que estava no carro, também será “importantíssimo” para elucidar o crime, segundo Freitas.

— Nada pode ser descartado — destaca ele. — O momento é de trabalhar para a rápida elucidação dos fatos e punição severa dos autores, sem disputas movidas pela vaidade.