O perito Daniel França de Oliveira Melo reportou que o objeto estava funcionando. “A eletrônica presente e os elementos de antena sugerem o uso do aparelho para a geração de ruído de radiofrequência para causar interferência nos sinais de redes de comunicação móvel celular, objetivando a indisponibilidade de serviço”, afirmou. Ele destacou que foi constatado que “o ruído produzido causa interferência nos serviços de telefonia móvel celular 2G e 3G e, dependendo da intensidade do sinal em relação à Estação Rádio Base, pode causar a interrupção do serviço”. Concluiu dizendo que “o uso de equipamento dessa natureza é vedado pela Anatel”.

O aparelho tem 10 centímetros de comprimento. O relatório é de 5 dezembro de 2017 e foi anexado em 17 de janeiro de 2018 a uma das ações em curso no STF que tem Aécio como alvo. O documento foi enviado pelo delegado da PF Thiago Marcantonio Ferreira.

Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron disse que o cliente nunca usou o aparelho. “O senador Aécio Neves desconhece se o aparelho estava ou não apto para uso, uma vez que ele nunca o utilizou, assim como não utilizou nenhum outro equipamento semelhante. O aparelho foi um presente e encontrava-se guardado com outros presentes recebidos. O senador desconhecia tratar-se de equipamento de uso limitado”, afirmou o advogado.