Título: Gigantes do consumo
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Fonte: Correio Braziliense, 29/03/2012, Economia, p. 16
Gigantes do consumo
Nova Délhi — Ciente do poder de fogo do Brics, grupo que responde por 45% da população mundial e por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, a presidente Dilma Rousseff recorreu aos famosos mantras indianos para deixar claro que Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul foram os primeiros a saírem da crise mundial de 2008 e 2009 e os que puxaram o crescimento global.
Isso, segundo ela, ocorreu por serem donos de gigantescos mercados domésticos e por terem ampliado a competitividade, fato que não é aceito pelas nações desenvolvidas, que vêm gritando contra medidas protecionistas adotadas pelo Brasil e pelo controle cambial mantido pela China. A presidente, por sinal, eximiu-se de fazer qualquer crítica aos chineses, mesmo reconhecendo que a desvalorização do yuan ante o dólar tem provocado uma inundação de produtos asiáticos na economia brasileira, minando a indústria nacional.
O problema é que, para competir com as mercadorias chinesas e reativarem as suas economias, os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa estão emitindo dólares e euros. Esse movimento provoca forte valorização das divisas dos emergentes, especialmente o real, já que, entre as nações do Brics, o Brasil é o único que realmente tem sistema de câmbio flutuante.
Satélite A Índia será o primeiro país da Ásia a formalizar parceria com o Brasil no programa Ciência sem Fronteiras, lançado em julho de 2011, e que pretende enviar para o exterior, em quatro anos, 75 mil estudantes — desde alunos de graduação até cientistas com pós-doutorado. O Brasil também prepara o lançamento de um satélite geoestacionário de comunicação para proporcionar banda larga a todos os municípios do país, anunciou o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp. O Brasil busca na Índia uma cooperação técnica para o satélite, que custará R$ 750 milhões.