Anteontem, o governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB, já havia se antecipado e anunciou que terá um coordenador econômico em uma semana. Sem mirar diretamente nos líderes das pesquisas de intenção de votos – Lula e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) –, Alckmin trabalha para sair na frente ao menos em relação a Maia e a Meirelles. Entre os conselheiros do tucano estão os economistas Persio Arida, Roberto Giannetti e Yoshiaki Nakano. Persio será o líder do grupo. À frente da Fazenda, Meirelles conseguiu montar uma equipe econômica apelidada de “time dos sonhos”, que ajudou o governo a ganhar confiança dos investidores nos novos rumos da política econômica deTemer.

A interlocutores, ele afirma que só vai pensar em formação de equipe de assessores de campanha em abril, caso decida se candidatar. O problema maior, porém, não está na formulação de um programa econômico, já que ele poderia reunir com alguma facilidade uma equipe de colaboradores. A questão tem sido formar um “time político” para ajudar sua candidatura a decolar. Meirelles sofre “ataque especulativo” de políticos da base aliada, especialmente de Maia, mas sofre resistência até mesmo de integrantes do seu partido, o PSD. Na economia, o ministro poderia buscar apoio até mesmo de alguns dos economistas que hoje compõem sua equipe na Fazenda: Eduardo Guardia, Fabio Kanczuk, Ana Paula Vescovi, Mansueto Almeida e Jorge Rachid (Receita Federal).

Perfil. Carioca, Lisboa tem 53 anos e é diretor-presidente do Insper. Doutor em Economia pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2005, no primeiro mandato de Lula. “Não comento conversas. Falo com todos que querem conversar sobre economia”, disse Lisboa ao Estadão/Broadcast sobre assessorar Maia. O economista se aproximou de Maia durante a discussão da reforma da Previdência. Maia também já enviou um assessor a São Paulo para receber orientações do economista. Barros, por sua vez, é dono da agência de publicidade Propeg, que atua no ramo há mais de 50 anos. Ele foi um dos marqueteiros das campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994 e 1998. Baiano, Barros era uma das pessoas mais próximas de ACM, cacique do antigo PFL, atual DEM. Seu herdeiro político, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é um dos principais articuladores de Maia.

PARA LEMBRAR

Desejo vem desde 2016

Em entrevista ao Estado em julho de 2016, pouco depois de assumir a presidência da Câmara, Rodrigo Maia já admitia ser candidato ao Planalto. “Eu não tenho medo de disputar eleição nenhuma. Tem de avaliar se eu já estarei maduro o suficiente”, disse o deputado. Maia disse ainda que gostaria de construir dentro de seu campo uma candidatura única, “que não necessariamente seja do PSDB”.

PONTOS-CHAVE

Rumos da economia em discussão

Equipes

Os principais pré-candidatos do centro à Presidência já traçam planos para formar equipes: um Estado menor é ponto comum dos economistas cotados.

Maia

Presidente da Câmara conversa com Marcos Lisboa, ex-secretário do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2005 e atual diretorpresidente do Insper.

Meirelles

Ministro diz que só pensa em nomes após abril, mas pode buscar apoio de alguns dos economistas que hoje compõem sua equipe na Fazenda.

Alckmin

Governador é o mais adiantado na montagem da equipe. Persio Arida, um dos formuladores do Plano Real, deve ser o coordenador de campanha do tucano.