Título: Gastos serão centralizados
Autor: Mariz, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 12/04/2012, Política, p. 9
Rio de Janeiro — Diretores, secretários e demais gestores dos ministérios envolvidos na realização dos grandes eventos que o Brasil sediará até 2016 — em especial a Copa do Mundo e as Olimpíadas — estão proibidos de travar qualquer negociação com empresas para compra de equipamentos ou serviços de segurança pública. A ordem veio da presidente Dilma Rousseff, que, ciente da repercussão internacional de um escândalo de corrupção nesses casos e do volume de dinheiro em jogo, determinou à Polícia Federal (PF) que acompanhe todos os contratos firmados na área. Para centralizar os processos, foi criada a Comissão Especial de Aquisições e Contratações para Grandes Eventos, um grupo interministerial capitaneado pelo Ministério da Justiça que receberá, já no próximo dia 18, em um primeiro encontro, as indústrias do setor de segurança.
O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante a Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, chamada pela sigla Laad Security, que começou na terça-feira, no Rio de Janeiro, reunindo mais de 150 empresas expositoras de 13 países. "Nossa PF já está aparelhada para detectar situações que firam os princípios éticos norteadores da gestão pública. Faço questão de informá-los que o contato com as empresas será feito não pelos secretários responsáveis, mas perante a comissão formada, para a qual as companhias poderão apresentar seus equipamentos e planos", destacou Cardozo. E completou: "Não porque eu desconfie dos meus secretários e das empresas, mas para que fique tudo sob a luz do sol".
Tanta cautela com os contratos a serem firmados justifica-se pela soma de recursos. Só no Ministério da Justiça, estão reservados, para este ano, dentro Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), R$ 715 milhões para ações relacionadas aos grandes eventos. O montante representa quase 20% de todo o dinheiro do Pronasci, R$ 4 bilhões, conforme previu o Orçamento da União sancionado pela presidente Dilma Rousseff. Isso sem contar os recursos das outras pastas que compõem a comissão interministerial. São eles os ministérios do Esporte; do Planejamento; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; além da Autoridade Pública Olímpica, órgão criado para organizar os Jogos de 2016, no Rio.
A repórter viajou a convite da organização do evento
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