Título: "Vou às últimas consequências"
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 11/04/2012, Politica, p. 04
Por que o senhor pediu para sair? Tenho uma dupla função no governo. Sou o chefe de gabinete de Agnelo Queiroz e secretário executivo do comitê que organiza a Copa do Mundo de 2014. Nesse caso, é como a mulher de César: não basta ser honesto, tem que parecer honesto e, nas circunstâncias atuais, é preciso provar que se é sério.
O que pretende fazer a partir de agora? Vou sair do governo e processar a todos. Se, em 485 dias, a PF não tomou nenhuma providência porque acreditava que eu tinha foro privilegiado, estou abrindo mão dele. Preciso ser investigado, porque infelizmente, neste país, não são as pessoas que te acusam que precisam provar, mas quem é acusado é quem tem de provar inocência.
E por que para provar a inocência precisa sair do governo? Nesta função, eu não tenho tempo para fazer a minha defesa. Agora, vou ficar exclusivamente à disposição de buscar a reparação junto ao Poder Judiciário.
O nome do senhor é citado em conversa sobre negociação de propina. Em algum momento, o senhor tratou de algo do tipo? Nunca. Continuo desafiando a PF ou quem quer que seja a apresentar um áudio meu numa circunstância como essa. Já que disseram que eu recebi um telefone Nextel, então espero que apresentem diálogo envolvendo meu nome. Tenho convicção de que isso nunca existiu. Eu tenho currículo e não ficha pregressa. Vou às últimas consequências para provar que o que estão fazendo é um ataque deliberado à minha honra.
E como o senhor explica as citações envolvendo seu nome e o de um assessor seu? Não posso explicar, porque não sei em que circunstâncias resolveram falar no meu nome. Não posso me responsabilizar pelos atos dos outros. Não tenho absolutamente nada a ver com essa indicação do João Monteiro.