O globo, n. 30935, 18/04/2018. Rio, p. 9

 

Prêmio Nobel afirma que Marielle morreu defendendo democracia

Gustavo Goulart

18/04/2018

 

 

Adolfo Pérez Esquivel visitou a Maré, onde vereadora viveu durante anos

Prêmio Nobel da Paz em 1980 por sua luta em defesa dos direitos humanos e da igualdade social na América Latina, o arquiteto e ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel, de 86 anos, visitou ontem o Complexo da Maré, onde afirmou que a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta simplesmente por defender a vida:

— Aqui, o caso de Marielle é um exemplo da luta pela vida, pela democracia, pelo direito do povo. Por isso a mataram. Por defender os direitos, por defender a vida, a dignidade da pessoa humana. Isso dói. Estou aqui para dar meu apoio, minha solidariedade. Vou para o Fórum Social Mundial com a mensagem de que outro mundo é possível. E só é possível se o povo se unir.

Esquivel chegou por volta das 9h30m ao Museu da Maré, que fica na comunidade Baixa do Sapateiro, para um ato em homenagem à vereadora, assassinada junto com seu motorista, Anderson Gomes. Marielle, que morou na região durante muitos anos, atuava fortemente na defesa dos direitos humanos, especialmente pelas mulheres negras e faveladas. O arquiteto foi recebido por Cláudia Rose Ribeiro da Silva, coordenadora do museu, instalado numa antiga fábrica de peças de navios.

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‘No caminho certo’, diz Rivaldo sobre morte de vereadora

18/04/2018

 

 

Chefe da Polícia afirma que investigação está perto de chegar a culpados

O delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio, disse ontem, em entrevista à Rádio CBN, que a investigação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes pode demandar tempo, mas que todos os recursos possíveis estão sendo usados e que a polícia está no “caminho certo” para chegar aos culpados:

— Estamos no caminho certo. A complexidade está na forma de atuação dos assassinos. Mas estamos fazendo tudo para esclarecer essa atividade criminosa.

Sobre a declaração do ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, também à CBN, de que a Polícia Civil vê a atuação de milicianos como a principal hipótese para o assassinato, Rivaldo disse que só comentará ao fim da investigação.

Ao falar da crise no estado, ele disse que 2017 foi o pior ano não só para a Polícia Civil, mas para segurança pública em geral:

— No ano passado, os policiais civis e militares foram verdadeiros heróis, com salários atrasados, não receberam 13º, e, mesmo assim, se superaram.