Título: Executivos da Chevron ficam sem passaporte
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 21/03/2012, Brasil, p. 8

O juiz federal Cláudio Girão Barreto, da 1ª Vara Federal de Campos, no Rio de Janeiro, decidiu ontem que os 15 executivos e funcionários da petroleira Chevron e da empresa perfuradora Transocean impedidos pela Justiça Federal de deixar o Brasil terão 24 horas para entregar seus passaportes. O prazo começa a valer a partir do recebimento da intimação, prevista para hoje. A proibição está relacionada à apuração de vazamento de óleo na Bacia de Campos (RJ) em área explorada pelas duas empresas.

Dois funcionários da Transocean conseguiram autorização judicial para viajar porque as passagens foram compradas anteriormente à proibição. O procurador da República em Campos, Eduardo Oliveira, não descarta a possibilidade de pedir a prisão de todos profissionais por crime ambiental e falsidade ideológica.

Ontem, a Chevron entregou um relatório detalhado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre o vazamento ocorrido em novembro último. No último dia 4, novo derramamento foi registrado próximo ao local do acidente de novembro. O Ibama também exigiu que a empresa norte-americana explicasse as ações emergenciais adotadas para sanar o novo problema. As normas ambientais brasileiras determinam a selagem do campo e a completa desativação da plataforma. O procedimento deve custar mais de US$ 2,5 bilhões — mesmo valor investido pela Chevron para iniciar a exploração do poço.

Pressão exagerada O documento apresentado pelo Ministério Público para proibir que os profissionais das multinacionais deixem o Brasil afirma que os executivos das empresas estavam cientes de que foi utilizada pressão acima do suportável pela parede do poço. O ministério se baseou no inquérito concluído ano passado pela Polícia Federal.

O presidente da Chevron, George Buck, além de outros representantes da petroleira americana, foram convocados para prestar esclarecimentos sobre os recorrentes vazamentos amanhã à Comissão de Meio Ambiente do Senado. A audiência pública também vai ouvir representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Ibama, do Ministério Público Federal (MPF) e da PF.