Título: Mais pressão sobre Demóstenes
Autor: Valadares , João
Fonte: Correio Braziliense, 01/04/2012, Política, p. 7

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), elevou o tom, na manhã de ontem, em relação ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e deixou evidente que a saída do colega é iminente. Agripino classificou de "inaceitável" a conduta de Demóstenes ao colocar o mandato a serviço do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "Inaceitável. Essa postura é inaceitável", repetiu ao Correio. Ele ainda exigiu que Demóstenes cumpra a palavra e apresente explicações, no início desta semana, na tribuna do Senado, sobre as gravações comprometedoras realizadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça.

"Demóstenes tem um compromisso com o partido e com a Casa, porque escreveu uma carta se comprometendo a prestar os esclarecimentos necessários quando tivesse alguma nova denúncia. Por isso, tem obrigação de falar novamente." Agripino salientou que não há reunião da Executiva do DEM marcada para o início da semana. "O que existe é o prazo para Demóstenes se manifestar. Precisamos de um desfecho. Se a justificativa nos satisfizer, veremos mais adiante a posição que o partido vai tomar", afirmou, deixando no ar a hipótese de uma possível expulsão. O senador se esquivou, no entanto, ao ser questionado se defenderia a convocação de Demóstenes pelo Conselho de Ética da Casa.

Ator O PPS anunciou, na manhã de ontem, que vai pedir explicações formais, por meio do Conselho de Ética do partido, ao deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ). O parlamentar, segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo, recebeu R$ 175 mil de Cachoeira para comprar um imóvel, mas teria devolvido o dinheiro dois dias depois. Nercessian solicitou o afastamento de todos os cargos que ocupava no partido.