O Estado de São Paulo, n. 45438, 14/03/2018. Política, p. A6

 

Lava Jato prende delegado e ex-secretário de Cabral

Roberta Jansen

14/03/2018

 

 

O diretor-geral da Polícia Especializada do Rio, o delegado Marcelo Luiz Santos Martins, e o ex-secretário de Administração Penitenciária (Seap) na gestão de Sérgio Cabral (MDB) Cesar Rubens de Carvalho foram presos ontem em mais um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio. Ambos são suspeitos de participação em um esquema de corrupção envolvendo contratos de fornecimento de pão para os presídios do Rio.

Segundo as investigações, os desvios chegaram a R$ 73,5 milhões em cinco anos. A fraude é alvo da Operação Pão Nosso, deflagrada ontem pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Os investigadores constataram, pela primeira vez, o uso da moeda virtual bitcoin para lavagem de dinheiro. Até a conclusão desta edição, além de Martins e Carvalho, tinham sido presas mais cinco pessoas.

Durante mais de dez anos, o café da manhã e o lanche servidos aos presidiários do Estado foram controlados pela empresa Induspan, do empresário Felipe Paiva. Segundo o Ministério Público, a empresa fornecia os lanches à Secretaria de Administração Penitenciária a preços acima do valor de mercado. O contrato foi rescindido após ser constatado um desequilíbrio financeiro na operação.

Fornecedora. Após a rescisão do contrato, Paiva criou, por meio de “laranjas”, segundo o Ministério Público, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Iniciativa Primus, que continuou fornecendo lanches aos presídios.

Os investigadores da Lava Jato no Rio afirmam que havia um esquema armado para que a empresa fosse aprovada na licitação. O Estado não conseguiu contato com os advogados dos investigados pela operação até a conclusão desta edição.

 

Marqueteiro faz delação

O ministro do STF Ricardo Lewandowski homologou ontem o acordo firmado entre a ProcuradoriaGeral da República e o publicitário Renato Pereira, que realizou campanhas do MDB no Rio.