Correio braziliense, n. 20091, 25/05/2018. Política, p. 6

 

Dia de transtornos no DF

Walder Galvão e Bruna Lima

25/05/2018

 

 

Bloqueios nas principais vias da cidade, de manhã e no fim da tarde, atormentaram a vida dos brasilienses. Em meio ao caos, DER liberou as faixas exclusivas de ônibus para carros de passeio

O quarto dia da greve dos caminhoneiros provocou caos em diversos serviços no Distrito Federal ontem. Filas quilométricas em postos de gasolina, falta de combustíveis, protestos e engarrafamentos. Houve também problemas de abastecimento em supermercados e na Central de Abastecimento do DF (Ceasa), onde houve preço que subiu até 140%.

O dia começou com um grupo de motociclistas fechando a Estrada Parque Taguatinga (EPTG), uma das principais vias do DF, por volta das 6h. O protesto ocorreu na altura da Unieuro e interditou três faixas da via, inclusive a pista exclusiva para ônibus. O engarrafamento no local chegou a 5km, segundo a Polícia Militar, e impactou outras vias, especialmente o centro de Taguatinga.

Com o caos gerado no trânsito, o DER liberou o uso da faixa exclusiva na EPTG para carros de passeio por algumas horas, até que a situação se normalizasse, por volta do meio-dia. Após bloquearem a passagem na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), os motociclistas impediram também o trânsito de veículos na Estrutural, altura da Cidade do Automóvel. O bloqueio começou por volta das 10h30.

À tarde, manifestantes fizeram mais bloqueios. A Polícia Militar impediu que a Estrada Parque Aeroporto (Epar) fosse fechada por um grupo de motoristas de transporte por aplicativos, mas, mesmo assim, o trânsito ficou lento no local. Houve registros de mais protestos e engarrafamentos também na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), na BR-060, na DF-150, no quilômetro 57 da BR-020 e na BR-080, na divisa entre DF e Goiás.

Na Estrutural, o acostamento foi ocupado por vários caminhões que interromperam o fluxo na faixa da direita. Com a inversão da via concluída, o trânsito na pista norte seguiu lento. Quem pegou a EPTG também sofreu com os bloqueios. Apenas a faixa exclusiva seguiu livre.

Por meio de nota, o Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) informou que as faixas exclusivas da EPTG e da EPNB foram liberadas para o tráfego das 17h às 23h59 de ontem.

Metrô

Na rodoviária do Plano Piloto, o movimento a partir das 16h30 foi intenso. O subtenente Flávio Oliveira, da PM, acompanhou todo o fluxo e concluiu: “O que pude observar é que os servidores acabaram sendo liberados mais cedo. Inclusive, as lojas da própria rodoviária fecharam um pouco antes”.

As filas do Metrô ultrapassavam as escadas rolantes. “Foi assim até umas 19h15. Muita gente preferiu pegar o metrô para não ficar parado nas rodovias”, afirmou um fiscal das catracas. Entre os usuários, os boatos eram de que os ônibus tinham decretado greve e parado de rodar, informação desmentida pelo sindicato da categoria.

O auditor fiscal Antônio Joel Carneiro, da Subsecretária de Fiscalização e Auditoria da Secretaria de Mobilidade, garantiu que não houve interrupção dos serviços. “Conversamos com os despachantes e vimos que os veículos estavam demorando mais para retornar por conta das manifestações. Até mesmo as filas nos postos estavam atrapalhando o trânsito”, frisou. “Mas as operações foram normais. Não houve greve, e os ônibus não pararam por falta de combustível.”

Frase

“O que pude observar é que os servidores acabaram sendo liberados mais cedo. Inclusive, as lojas da própria rodoviária fecharam um pouco antes”

Flávio Oliveira, subtenente da Polícia Militar