O Estado de São Paulo, n. 45465, 10/04/2018. Metrópole, p. A14

 

Caso Marielle: assessor de vereador é executado

Fábio Grellet

10/04/2018

 

 

Polícia investiga uma suposta ligação entre o líder comunitário assassinado e milicianos que atuam na zona oeste do Rio de Janeiro

O líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos, foi morto a tiros na noite de anteontem, na Taquara, região de Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio. Ele trabalhava com o vereador Marcello Siciliano (PHS). Dois dias antes do crime, o parlamentar foi ouvido como testemunha na Divisão de Homicídios do Rio na investigação sobre os assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março. A polícia investiga uma suposta ligação de Carlos Alexandre com milicianos que atuam na zona oeste do Rio.

Segundo a Polícia Militar, na noite de domingo PMs do 18.º Batalhão (Jacarepaguá) foram chamados para uma ocorrência em uma rua do bairro. Ali a vítima foi encontrada já morta dentro de um carro, na Estrada Curumau. Agentes da Delegacia de Homicídios da capital fizeram perícia no veículo.

Em 15 de março, um dia após a morte de Marielle, Alexandre compartilhou em seu perfil no Facebook um post do vereador Marcello Siciliano, lamentando a morte da vereadora. “Tristeza. É a única palavra e sentimento que consigo expressar nesse momento. Uma pessoa única: amiga, guerreira, simpática, educada, inteligentíssima e, acima de tudo, da paz. Sempre tratou a todos com respeito e atenção. Apesar de opiniões e partidos diferentes, éramos, acima de tudo, amigos. Nesse momento de dor e indignação, deixo aqui todo o meu pesar à família, assessores e amigos da Marielle Franco. Tenho certeza de que suas lutas não serão esquecidas e que ela deixou mais que um legado para todos nós. Deixou também a saudade e o sentimento de que precisamos valorizar mais o próximo, sempre!”

Na sexta-feira, Siciliano ficou três horas na Divisão de Homicídios. Na ocasião, declarou que foi convocado para “prestar esclarecimentos para poder ajudar na linha de investigação que eles (os policiais-civis) estão utilizando”. Ontem, o vereador divulgou uma nota oficial, lamentando a morte do colaborador.

 

Preso acusado de chacina de Maricá

Um suposto miliciano foi preso na manhã de ontem, acusado de participar de uma chacina em Maricá, na região metropolitana do Rio, na madrugada de 25 de março. Na ocasião, cinco jovens foram mortos na área de lazer do conjunto habitacional Carlos Marighella, que integra o programa Minha Casa, Minha Vida e fica no bairro Itaipuaçu. Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE), João Paulo Firmino teria sido o executor do crime