Título: Itália anuncia forte recessão
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Fonte: Correio Braziliense, 19/04/2012, Economia, p. 19

Itália anuncia forte recessão

Roma — O governo italiano ampliou ontem sua estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012 e reconheceu que não alcançará o equilíbrio orçamentário em 2013. Roma prevê uma contração de 1,2% da economia neste ano, bem mais profunda que o 0,4% da estimativa oficial anunciada em dezembro. Além disso, o país deverá fechar 2013 com um deficit orçamentário de 0,5% no lugar do 0,1% originalmente previsto — a revisão ficou no limite do pacto fiscal europeu.

"O PIB terá em 2012 uma contração de 1,2%, voltará a ser positivo em 2013 (+0,5%) e deverá acelerar nos dois anos seguintes (com +1% e +1,2%, respectivamente). Com isso, a dívida pública passará de 120,3% do PIB em 2012 para 110,8% em 2015", anunciou o governo italiano, em um comunicado oficial. Mesmo com os progressos alcançados pelo governo do primeiro-ministro Mario Monti, o conselho de ministros italianos disse que ainda há muito por fazer. "Lutamos diariamente para evitar o dramático destino que se abateu sobre a Grécia", acrescentou o próprio Monti.

O anúncio italiano ocorreu em um momento em que Espanha e Itália se encontram sob pressão dos mercados e depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter anunciado, na terça-feira, uma contração do PIB italiano de 1,9% para 2012 e de 0,3% para 2013. O premiê italiano admitiu que o crescimento é maior preocupação da população de seu país no momento. "Com base nas estimativas do governo, essas reformas deveriam aumentar o crescimento para 2,4% entre 2012 e 2020", afirmou Monti.

Calote recorde na Espanha

A taxa de inadimplência dos créditos bancários espanhóis subiu novamente em fevereiro, situando-se em um nível recorde desde 1994, segundo números publicados ontem pelo Banco Central da Espanha. Os calotes, sobretudo de empréstimos imobiliários, atingiram 143,8 bilhões de euros em fevereiro, subindo para 8,15%, acima dos 7,91% de janeiro e dos 7,61% de dezembro. O setor bancário espanhol é uma das fontes de preocupação dos mercados, que ficaram fragilizados após a explosão da bolha imobiliária em 2008. Até então, a taxa de inadimplência dos imóveis no país era de apenas 3,37%. Para tentar enfrentar o problema, o BC espanhol anunciou um novo plano de saneamento com 29 bilhões de euros em provisões suplementares e 15,6 bilhões a mais em 2012 para reforçar o capital das principais instituições financeiras.