O Estado de São Paulo, n. 45515, 30/05/2018. Economia, p. B12

 

Taxa de desemprego fica em 12,9% em abril

Vinicius Neder

30/05/2018

 

 

Segundo o IBGE, resultado equivale a 13,413 milhões de desocupados; especialistas citam demora para recuperação do mercado de trabalho

A taxa de desemprego ficou em 12,9% no trimestre encerrado em abril, ante os 13,1% do trimestre terminado em março e os 12,2% no trimestre móvel até janeiro. Em um trimestre, o total de brasileiros ocupados caiu 1,1%, o que significa que 969 mil trabalhadores perderam o emprego nesse período, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por outro lado, na comparação com 2017, o mercado de trabalho segue mostrando recuperação, embora analistas destaquem a lentidão do processo. “Os dados (na comparação com 2017) são bons, mas o nível é muito ruim”, afirmou Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), citando o elevado contingente de desempregados.

No trimestre até abril, eram 13,413 milhões de brasileiros na fila do desemprego. O número está 4,5% abaixo do registrado em igual período de 2017, mas 5,7% acima do contingente do trimestre de novembro a janeiro.

Para Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o problema desde a passagem do fim de 2017 foi que os trabalhadores contratados temporariamente por causa das festas de fim de ano não foram efetivados. “Há uma falta de força do mercado de trabalho em estimular a contratação”, afirmou Azeredo.

Isso se reflete no emprego formal. Assim como nos meses anteriores, os dados do IBGE registraram o menor número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (32,729 milhões) da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. São 567 mil postos formais a menos do que no trimestre de novembro a janeiro e 557 mil a menos na comparação com 2017.

Paralisação

A greve de caminhoneiros poderá ter impacto no mercado de trabalho informal, mas isso somente será visto na divulgação de maio, quando o IBGE divulgar a Pnad Contínua