O Estado de São Paulo, n. 45544, 28/06/2018. Política, p. A6

 

Datena confirma candidatura ao Senado

Paulo Beraldo

28/06/2018

 

 

Apresentador já informou à Band que sai do ar para concorrer na coligação de Doria

O apresentador de TV José Luiz Datena confirmou que vai se candidatar ao Senado pelo DEM. Datena comunicou oficialmente à Band, ontem, que sairá do ar para participar das eleições deste ano. Pela legislação eleitoral, radialistas, apresentadores de programas ou comentaristas que queiram se candidatar devem que se afastar da grade de programação de emissoras de rádio e TV até o dia 30 de junho.

O DEM reservou uma sala em um hotel na região central de São Paulo para o anúncio, que será feito hoje. O apresentador, de 61 anos, vai integrar a coligação do ex-prefeito da capital João Doria, já que o partido anunciou apoio ao PSDB. “Pode confirmar, mas não posso adiantar nada no momento”, disse ao Estado.

Datena e o vereador Eduardo Suplicy (PT) lideram a disputa pelas duas vagas de São Paulo ao Senado, de acordo com a pesquisa do Ibope/Band de maio – registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O levantamento mostrou que o apresentador com 26% das intenções de voto, atrás de Suplicy, com 30% – a margem de erro é de 3 pontos porcentuais.

Um dos principais apresentadores da Band, Datena começou sua carreira no jornalismo esportivo em Ribeirão Preto (SP). Teve passagens pela Globo São Paulo, Record, Rede TV! e Band e hoje é mais conhecido por apresentar programas policiais. Em 2016, chegou a anunciar a pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo pelo PP, mas desistiu da disputa. Além do PP e do DEM, Datena foi filiado por mais de 20 anos ao PT.

“Eu me proponho a ser candidato ao Senado. Agora, se pintar a possibilidade de ser candidato à Presidência da República, talvez eu tente ajudar o meu País. Quero ser candidato para ajudar o povo”, afirmou o apresentador ao site BR18, do Grupo Estado, em 15 de junho.

Regra. Após a confirmação da pré-candidatura, Datena deve deixar de apresentar seus dois programas na TV, o Brasil Urgente e o Agora é com Datena. Procurada, a emissora informou que a decisão da candidatura era pessoal e cabia ao apresentador. A Justiça Eleitoral proíbe as emissoras de transmitir programas apresentados ou comentados por pré-candidatos, sob pena, no caso de sua escolha na convenção partidária, de imposição de multa e de cancelamento do registro da candidatura.

 

Vaga

Filiado ao DEM, José Luiz Datena vai disputar o Senado por São Paulo; anúncio oficial será feito hoje pelo partido

 

Sem detalhes

“Pode confirmar (a pré-candidatura ao Senado, pelo DEM), mas não posso adiantar nada no momento.”

José Luiz Datena​, APRESENTADOR DE TV

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STJ envia processo de Pimentel para a Justiça Eleitoral

Rafael Moraes Moura

28/06/2018

 

 

 

Ação se refere à Operação Acrônimo; governador petista foi acusado de recebimentos indevidos em 2014

O ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), encaminhou ontem ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) um processo no qual o governador Fernando Pimentel (PT) é réu.

Pimentel foi acusado de irregularidades na campanha eleitoral ao governo de Minas, em 2014. Segundo a acusação, ele teria utilizado uma gráfica sem a devida declaração dos valores. Também há suspeitas de recebimento de “vantagens indevidas” – os crimes teriam ocorrido antes de o petista assumir o comando do governo mineiro.

A decisão de Herman foi tomada com base no novo entendimento firmado pelo STJ, que restringiu o alcance do foro privilegiado para governadores e conselheiros de tribunais de contas, assim como fez o Supremo Tribunal Federal (STF) no início de maio para deputados federais e senadores.

Dessa forma, só devem ser julgados no Superior Tribunal de Justiça governadores e conselheiros cujos supostos crimes foram cometidos durante o mandato e em função do cargo. Tramitam no STJ atualmente 64 processos envolvendo governadores, entre inquéritos, ações penais e sindicâncias, de acordo com a assessoria do tribunal.

Procurado pela reportagem, o advogado Eugenio Pacelli afirmou que a decisão de Herman atende a pedido da defesa de Pimentel, curvando-se à orientação do Supremo sobre a restrição do foro.

Acrônimo. Na primeira fase da Operação Acrônimo, deflagrada em maio de 2015, a Polícia Federal encontrou cinco notas fiscais referentes a confecção de 34 milhões de santinhos da campanha de Pimentel ao governo do Estado, no ano anterior, que custaram R$ 362 mil.

Segundo a investigação na época, um cruzamento de dados revelou que os documentos “não estão registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), seja na prestação de contas do candidato, da direção partidária ou do comitê financeiro único”.

O objetivo, segundo relatório de inteligência da PF, “seria minorar os gastos da Gráfica Brasil com a campanha de Pimentel, bem como possibilitar que os gastos daquele candidato não atingissem o limite estipulado no início da campanha”.

A defesa de Pimentel nega irregularidades na campanha ao governo de Minas em 2014.

 

Executivo

Pimentel assumiu o governo de Minas em 2015