Correio braziliense, n. 20156, 29/07/2018. Política, p. 6

 

Convenção do PV adia decisão

Deborah Fortuna

29/07/2018

 

 

ELEIÇÕES 2018 » Reunido em casa do Lago Sul, partido deixa para decidir até 5 de agosto se aceitará endossar Marina e indicar vice na chapa ou se seguirá neutro. Apoio a Bolsonaro está vetado. Alianças estaduais seguem livres

Após a decisão de seguir neutralidade na campanha presidencial, o PV deve responder, antes de 5 de agosto, se aceita a proposta da pré-candidata Marina Silva (Rede) de compor a chapa como vice. Ainda que a sigla concorde com a união, as governanças estaduais ainda estão livres para decidir quem apoiar a nível nacional. Há um único veto, no entanto, decidido ontem na convenção nacional da legenda em Brasília: não será permitido defender a campanha de Jair Bolsonaro (PSL).

“Nós votamos um veto. Nós estamos para Bolsonaro como o vampiro está para o alho”, brincou o presidente nacional do partido, José Luiz Penna, secretário de Cultura do governo paulista. “É um retrocesso muito grande”, disse, justificando a decisão. Na convenção nacional, realizada ontem em uma casa do Lago Sul, os dirigentes deveriam decidir se seguiriam o pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva, ou se optariam por neutralidade.

Foi somente após sete horas de negociação que os líderes chegaram a um consenso: os diretórios estaduais podem firmar as alianças que considerarem mais oportunas para garantir resultados — mesmo que o partido indique um vice para Marina.  “Eles estão independentes nesse esforço de fazer edição para parlamentar”, comentou Penna. “Vamos respeitar todos os acordos políticos feitos. Estamos lutando pela sobrevivência”, disse. Como a proposta para compor chapa ocorreu durante o encontro, ainda não há nenhum nome indicado para o cargo, assim como não há data definida para a reunião da Executiva Nacional.

Penna considera que, neste momento, a prioridade máxima é aumentar a bancada da sigla dentro do Congresso. Com poucos representantes no Parlmento, e apenas sete segundos de televisão, para ele, a estratégia é uma questão de sobreviver.  Se o partido, não conseguir um bom desempenho nas eleições, é possível cair na cláusula de barreira, norma que restringe o funcionamento do partido que não alcançar determinado percentual de votos.

A meta agora é  eleger 12 deputados federais e um senador. “É importante que a gente tenha a consciência de que estamos fazendo um ato de resistência política”, afirmou.

Penna também criticou a forma como o fundo eleitoral é dividido. Segundo ele, da maneira como é feito agora, beneficia os partidos maiores. “Acho que o mais importante neste momento, nessa abertura pública, é dizer o nosso posicionamento. Somos um partido jovem de ideias milenares. Temos que sobreviver”, completou.

O porta-voz da Rede Sustentabilidade, Pedro Ivo, também esteve presente na convenção. Ele é colaborador da pré-campanha de Marina Silva, que, em 2010, disputou o planalto pelo PV. Marina deixou a legenda no ano seguinte e, em 2014, o partido lançou Eduardo Jorge ao Planalto. A convenção da Rede está prevista para acontecer em 4 de agosto, quando o partido deverá oficializar a candidatura de Marina.

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PSDB escolhe Anastasia em Minas Gerais

Bertha Maakaroun

29/07/2018

 

 

Belo Horizonte — Com a linha discursiva de reconstrução de Minas, a convenção estadual do PSDB homologou ontem a candidatura do senador Antonio Anastasia (PSDB) à sucessão estadual e do seu vice, o deputado federal Marcos Montes (PSD). Ao votar, os delegados conferiram poder à Executiva estadual do partido para definir a política de alianças, os candidatos ao Senado. Focado na estratégia de polarizar a disputa com o governador, Fernando Pimentel (PT), já no primeiro turno, Anastasia o criticou: “Quantas estradas ele fez?”

A coligação de Antonio Anastasia reúne, até o momento PSD, Solidariedade, PTB, PPS, PMN e PSC, além da promessa de apoio do PHS, que só fará a sua convenção às vésperas do prazo final, de 5 de agosto. Se formalizar a coligação com o tucano, o PHS o fará sem a presença de sua maior expressão política, o prefeito Alexandre Kalil, que já anunciou a sua neutralidade na disputa ao governo de Minas.

Com as adesões partidários que tem, Anastasia já agrega o maior tempo da propaganda eleitoral, mas poderá perder a posição caso o MDB venha a compor com Pimentel ou se, como sugerem movimentos de um grupo emedebista, o partido firmar posição para coligação com o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), levando junto consigo o PV, o PRB e o Podemos.

Ausente da convenção estadual do PSDB, o senador Aécio Neves divulgou uma nota ontem pela manhã, afirmando que decidirá, na semana que vem, se participará das eleições e, antes disso, não estará em eventos de campanha. Entre aliados, a sua candidatura para deputado federal é dada como certa. Quando indagado sobre como será a participação de Aécio em sua campanha, Anastasia afirmou: “Essa matéria não é matéria decidida”.