Correio braziliense, n. 20151, 24/07/2018. Mundo, p. 12

 

"Lembrem-se, nada concedi a Putin"

24/07/2018

 

 

A cúpula entre Donald Trump e colega russo Vladimir Putin continua dando o que falar. Depois de uma semana de críticas sobre sua condução da reunião, o presidente norte-americano assegurou que não concedeu coisa alguma ao chefe do Kremlin. “Quando ouvirem notícias falsas falando negativamente sobre minha reunião com o  presidente Putin, e tudo que concedi a ele, lembrem-se, não concedi nada a ele”, escreveu no Twitter. “Simplesmente falamos sobre os benefícios futuros para ambos os países. Além disso, nos demos muito bem, o que é algo bom, exceto para a impresa corrupta!”, acrescentou.

Os dois líderes se encontraram em Helsinque, no último dia 16, a portas fechadas, apenas com os respectivos intérpretes presentes. Durante a entrevista coletiva e em declarações posteriores, Trump não forneceu detalhes específicos sobre a cúpula e se mostrou bastante elogioso em relação a Putin, desatando críticas, tanto dos congressistas democratas quanto os de seu próprio partido.

Investigação

O magnata republicano voltou a reclamar o fim da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre um possível conluio entre Moscou e sua equipe de campanha para interferir nas eleições presidenciais de 2016. “Uma vergonha para os Estados Unidos”, tuitou Trump, evocando as condições pelas quais um de seus ex-conselheiros, Carter Page, foi colocado sob vigilância pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos. “Deveriam abandonar a caça às bruxas desacreditada de Mueller”, acrescentou o presidente dos EUA.

Mueller, diretor do FBI entre 2001 e 2013 nos governos de George W. Bush e Barack Obama, investiga se houve conluio entre a Rússia e a equipe de campanha de Trump durante as eleições, e também se o chefe de Estado americano é culpado de obstrução da justiça. Doze agentes da inteligência russa foram detidos recentemente por terem hackeados computadores do Partido Democrata.

Quatro membros do comitê de campanha Trump 2016 estão acusados, mas não por delitos diretamente vinculados a uma possível ligação com Moscou. O presidente nega as acusações e define tudo como uma “caça às bruxas” contra ele, além de não poupar ataques às “fake news”, como tem se referido a parte da imprensa dos Estados Unidos.