O globo, n. 30966, 19/06/2018. País, p. 3

 

Jair Bolsonaro estuda apoiar candidatura de ex-PM para o Guanabara

19/05/2018

 

 

Alckmin, Ciro e Marina também não definiram o que fazer no estado

Os quatro pré-candidatos à Presidência da República mais bem colocados em pesquisas não conseguiram, até agora, construir palanques competitivos no Rio. Para tentar resolver a questão, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL)estuda apoiar o ex-policial militar Marcelo Delaroli (PR), também parlamentar em Brasília. Para isso, uma aliança precisaria ser fechada com o PR a nível nacional. O senador Magno Malta é o preferido de Bolsonaro para ser seu vice na corrida pelo Planalto, mas a cúpula do PR, assediada por diversas campanhas, ainda não decidiu que rumo tomar.

Delaroli seria um nome ligado à área da segurança pública, agenda que hoje é considerada prioritária por eleitores do Rio em sondagens eleitorais. Sua base eleitoral é o município de Maricá. Ele assumiu o mandato de deputado federal apenas em 2017, quando deixou de ser suplente de Dr. João, eleito prefeito de São João de Meriti.

Para compensar o desconhecimento de Delaroli diante do eleitorado, aliados já imaginam criar peças de campanha em que o nome “o candidato do Bolsonaro” apareceria com mais destaque do que o do próprio ex-PM.

— Tem que ter muita coragem para tentar ser governador do Rio. Delaroli está no meu banco de reservas, vamos ver se vou chamá-lo — afirmou Bolsonaro ao GLOBO, mudando de postura e passando a cogitar, pela primeira vez, apoiar algum nome ao governo do Rio.

No primeiro trimestre, Indio da Costa chegou a buscar uma aproximação com Bolsonaro. O deputado do PSD esteve em um evento de apoio ao presidenciável e buscou abrir diálogo com Flávio Bolsonaro, filho de Jair e pré-candidato ao Senado.

— Sobre o Indio, pode escrever. Impossível eu apoiar — disse Bolsonaro.

Os outros presidenciáveis também convivem com a indefinição no Rio. Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) atualmente trabalham, respectivamente, com os nomes do deputado estadual Pedro Fernandes e do federal Miro Teixeira para a eleição. A baixa performance em pesquisas de ambos faz com que outras alternativas estejam sendo estudadas por estas campanhas. Interessados em tirar Miro Teixeira da disputa, aliados de Paes sonham em vê-lo disputando o Senado em uma das duas vagas da chapa.

 

OUTSIDERS NO JOGO

Já o PSDB de Geraldo Alckmin não tem um nome próprio forte para eleições majoritárias no estado. O último tucano a se aventurar ao Executivo, o deputado estadual Carlos Roberto Osório, chegou em apenas quinto lugar na eleição municipal de 2016. Osório agora cogita até largar a política. A correligionários, Indio e Paes dizem que vão lutar pelo apoio do PSDB do Rio, o que traria Alckmin a seus palanques.

O tabuleiro fluminense ainda contempla espaço para a entrada de nomes sem relação formal com a política. O PPS ensaia lançar o diretorexecutivo da ONG Viva Rio, o antropólogo Rubem César Fernandes. A cúpula do partido procurou recentemente lideranças de PSB e PV. As siglas são importantes para encorpar uma campanha com tempo de TV e recursos.

O PSC terá o juiz federal Wilson José Witzel como candidato ao governo. (T.P.)