Título: Governo gastou mais em março
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 26/04/2012, Economia, p. 16
Governo gastou mais em março
O superavit primário (diferença entre as receitas e as despesas, que são os recursos disponíveis no caixa para pagar as dívidas) do governo central no mês passado foi de R$ 7,6 bilhões, volume 15,7% abaixo dos R$ 8,9 bilhões registrados em março de 2011, conforme dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. Esse resultado da União, da Previdência e do Banco Central ficou abaixo das previsões do mercado, apesar de 40% acima do saldo de R$ 5,4 bilhões de fevereiro.
O economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, esperava um saldo maior, em torno de R$ 10,8 bilhões, por conta do lançamento de dividendos das estatais. Em março, eles foram praticamente zero enquanto, em fevereiro, chegaram a quase R$ 5 bilhões. "Essas receitas é que ajudarão o governo a cumprir a meta de superavit para este ano, como ocorreu em 2011", completou Salto.
Na avaliação do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o resultado de março foi bastante positivo principalmente porque o governo voltou a investir e, mesmo assim, registrou superavit. O saldo acumulado no trimestre, de R$ 33,8 bilhões, foi o maior da história do período e está 20% acima da meta de R$ 27,6 bilhões prevista para o primeiro quadrimestre do ano. "Felizment,e o Brasil tem apresentado fundamentos muitos sólidos. Conseguimos no primeiro trimestre superavit primário de mais de R$ 30 bilhões, resultado muito acima do ano passado", disse Arno Augustin. Ele ressaltou que os desembolsos do PAC cresceram mais de 40% e isso "é muito importante e positivo para o Brasil".
O secretário informo, ainda, que a expectativa do governo para o ano é de crescer o investimento acima do PIB nominal (hoje em 6% no ano) sem comprometer a meta de superavit primário. Em março, o salto dos investimentos foi de 23,5%, para R$ 15,7 bilhões no trimestre, dos quais R$ 5,1 bilhões para o "Minha Cas,a Minha Vida". Em 2011, foram apenas R$ 1,1 bilhão para esse programa. Ele lembrou ainda que, no acumulado dos últimos 12 meses, o superavit do governo central soma R$ 101,6 bilhões, ou 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), acima dos R$ 97 bilhões previstos pelo governo, ou seja, 2,15% do PIB. (RH)