Título: Agnelo abre sigilo
Autor: Corrêia, karla
Fonte: Correio Braziliense, 28/04/2012, Política, p. 5

Governador envia dados bancários e fiscais à PGR, além de informações sobre contratos firmados pelo GDF

O governador do DF, Agnelo Queiroz, enviou ontem à Procuradoria-Geral da República (PGR) os dados dos seus sigilos bancários e fiscal, mais informações sobre contratos celebrados pelo Governo do Distrito Federal. A medida se antecipa a um provável pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na investigação que tenta apurar as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e governos estaduais.

Na última terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu desmembrar em três partes o inquérito que tramitava no Supremo sobre os tentáculos das organizações do contraventor. O STF permanecerá com a apuração dos fatos envolvendo os deputados federais Sandes Júnior (PP-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Antonio Carlos Leréia (PSDB-GO). O Superior Tribunal de Justiça (STJ) investigará as denúncias que pesam sobre Agnelo Queiroz. Uma terceira parte da investigação, envolvendo servidores sem foro privilegiado, ficará sob encargo da Justiça Federal de Goiás. A abertura oficial de inquérito contra o governador no STJ dependerá de os ministros da Corte aceitarem o pedido de Roberto Gurgel.

"O governador se precipitou em oferecer sua privacidade fiscal e bancária para, mais uma vez, reforçar que tem todo interesse em que a investigação seja concluída, e demonstrar que não há nenhuma ligação, pessoal, pública ou profissional, com qualquer esquema de ilicitude ou ilegalidade", disse o advogado de Agnelo, Luis Carlos Alcoforado.

"Sempre o governador afirmou que não tem ligação com o esquema investigado. Até mesmo o contrato envolvendo a empresa Delta foi celebrado antes de sua posse e mantido em seu governo por força de uma decisão judicial", reforça Alcoforado.

"Sempre o governador afirmou que não tem ligação com o esquema investigado. Até mesmo o contrato envolvendo a empresa Delta foi celebrado antes de sua posse e mantido em seu governo por força de uma decisão judicial" Luis Carlos Alcoforado, advogado de Agnelo