O globo, n. 30960, 13/05/2018. País, p. 5

 

Marina quer atrair eleitores de Lula e Joaquim

Efrém Ribeiro

13/05/2018

 

 

TERESINA- A pré-candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, disse ontem que vai em busca dos eleitores do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB), que desistiu de concorrer, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso em Curitiba. Marina esteve em Teresina, onde participou de um culto evangélico ao lado da pré-candidata da Rede ao governo do Piauí, Irmã Graça Nunes.

— Para conquistar esse eleitorado, em primeiro lugar, devemos respeitar as pessoas. Não existem votos da Marina, do Lula, do Ciro (Gomes), do Joaquim. Os votos são dos cidadãos, que darão seus votos livremente no dia 7 de outubro (data do primeiro turno). Não vamos permitir que, agora, nos roubem a única coisa que pode fazer o Brasil andar para frente que é nossa união — disse a presidenciável.

DESCARTA SER VICE

Marina, que descartou abdicar da disputa para ser candidata a vice em alguma chapa, defendeu mudanças para que os problemas criados por governos anteriores sejam efetivamente resolvidos.

— Criaram o problema de 13 milhões de desempregados, criaram o problema de uma Saúde e Segurança que não funcionam, e eles não vão resolver esses problemas. O PT, PSDB e PMDB já tiveram suas chances. Agora é a hora de a sociedade avaliar e fazer uma mudança profunda, porque, como eu disse, quem criou o problema não vai resolvê-lo — avaliou. 

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PT diz que não desistirá da candidatura do ex-presidente

13/05/2018

 

 

Para Gleisi, abrir mão de Lula seria fazer ‘o jogo dos seus algozes’

Enquanto pré-candidatos à Presidência da República, como Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (PMDB), anunciam que tentarão atrair o voto dos eleitores de Lula, o PT garante que não abrirá mão da candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto, mesmo com ele na cadeia.

Na última semana, enquanto o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner sinalizaram um possível apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT), a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, tratou de abafar a discussão.

Em carta aberta, Gleisi deu fim a qualquer pretensão de petistas que queiram iniciar negociações sobre o assunto:

“Se Lula é inocente, se a maioria do povo quer votar nele, se à luz da Constituição seus direitos políticos estão assegurados, por que razão deixaríamos de apresentá-lo como candidato? Seria fazer o jogo de seus algozes, que querem uma eleição sem Lula e pretendem com isso dar ares de normalidade democrática a uma disputa que estaria viciada pela ausência do maior líder popular brasileiro”.

Na tentativa de fazer mais barulho em torno da pré-candidatura, o PT apresentou um pedido de liminar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a “Folha de S. Paulo”, o portal Uol e o SBT por terem deixado Lula de fora das sabatinas eleitorais. Na representação, o PT pediu que o TSE “obrigue às reclamadas a dar espaço a um representante da candidatura do ex-presidente Lula”. O pedido foi negado. Após a negativa, os três veículos encaminharam à juíza Carolina Moura Lebbos uma petição para que suas equipes possam entrevistar Lula na prisão.

NELSON MANDELA

Na quinta-feira, o deputado Vicentinho (SP) subiu à tribuna para dizer que a “Confederação Sindical dos Países de Língua Portuguesa” prestava solidariedade a Lula. Integrante do grupo — que reúne associados de Brasil, Portugal, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial — Vicentinho comparou a situação de Lula a do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela:

— A nossa meta é fazer o que nós fizemos quando Nelson Mandela esteve preso. Fizemos campanha por todos os cantos do Brasil e por todos os cantos do planeta. Eu comparo a situação do companheiro Lula a essa condição.

Além do apelo internacional, os parlamentares se esforçam para manter ativa a “Vigília #LulaLivre”, em Curitiba.