Título: Gilmar defende Gurgel
Autor: Valadares, João; Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 11/05/2012, Política, p. 2

A polêmica em torno da convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que teria sido omisso em não encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatórios da Polícia Federal sobre envolvimento de parlamentares com a organização de Carlinhos Cachoeira, acaba na próxima quinta-feira. O relator da CPI do Cachoeira, deputado federal Odair Cunha (PT-MG), garantiu que o requerimento que pede a convocação de Gurgel será votado e o assunto resolvido de uma vez por todas. “Não posso antecipar hoje se o procurador-geral da República vai ser convocado. É muito importante para analisarmos vários aspectos do grupo.”

Ontem, o ministro do STF Gilmar Mendes saiu em defesa de Gurgel. Para Mendes, os ataques têm relação com o processo do mensalão, pelo fato de Gurgel ser o responsável por sustentar as acusações contra os réus do escândalo no qual integrantes do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam comprado o apoio de deputados federais. “Há uma expectativa em torno disso (julgamento do mensalão). São pescadores de águas turvas. Pessoas que estão interessadas em misturar excitações, tirar proveito, inibir as ações dos órgãos que estão funcionando normalmente. Não há nenhuma pressa em relação ao mensalão”, disse o ministro em entrevista a jornalistas.

Depoimentos são marcados

O Conselho de Ética do Senado quer saber se Carlinhos Cachoeira já esteve nas dependências do Congresso para se encontrar com Demóstenes Torres (sem partido-GO) e se tinha ingerência sobre as nomeações do gabinete do parlamentar, informações que serão pedidas à Mesa Diretora da Casa. Demóstenes é alvo de um processo disciplinar no colegiado por suspeitas de quebra de decoro. Na sessão realizada ontem, foi definido o cronograma de depoimentos. A oitiva do bicheiro está marcada para o próximo dia 23. Demóstenes vai se pronunciar cinco dias depois. (Gabriel Mascarenhas)