Título: Rapidez na investigação
Autor: Sassine, Vinicius; Caitano, Adriana
Fonte: Correio Braziliense, 06/05/2012, Política, p. 2
O relator do processo aberto contra o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) na Corregedoria da Câmara, Jerônimo Goergen (PP-RS), diz já ter informações suficientes para emitir seu parecer sobre o parlamentar envolvido com Carlinhos Cachoeira e pretende defender maior celeridade no trabalho da comissão. "Nós só vamos avaliar a representação e julgar se houve relação política dos parlamentares com o Cachoeira e, para isso, não precisamos de nenhuma prova de fora ou até mesmo de detalhes do inquérito." Goergen lembra que o simples fato de um parlamentar manter relação próxima com alguém que publicamente comete atos ilícitos pode ser considerado quebra de decoro. "Não estou adiantando meu parecer, mas o deputado Leréia tem dificultado muito a situação dele ao dizer publicamente que é amigo do Cachoeira", destacou o relator, referindo-se ao discurso feito pelo tucano na quinta-feira, quando ele parabenizou o bicheiro pelo aniversário e assumiu que são "amigos pessoais".
Uma comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara apura há 15 dias se os deputados Leréia, Rubens Otoni (PT-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) quebraram o decoro parlamentar ao se relacionarem com o bicheiro. O autor da representação contra os três é o PSol. Os três já apresentaram defesa, negando que a relação que mantinham com Cachoeira seja irregular. Se a decisão for pela punição aos parlamentares, o processo será encaminhado ao Conselho de Ética da Casa.
Na próxima quarta, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) também pode começar a ser investigado. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara se reunirá para analisar a representação entregue pelo PSDB contra o parlamentar. Protógenes havia sido o primeiro a apresentar um requerimento para a abertura de uma CPI sobre o caso Cachoeira, quando apenas a relação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o bicheiro havia sido divulgada. Protógenes aparece em conversas telefônicas com o araponga Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, que integrava o grupo de Cachoeira. (AC e VS)
"Nós só vamos avaliar a representação e julgar se houve relação política dos parlamentares com o Cachoeira. Não precisamos de nenhuma prova de fora ou até mesmo de detalhes do inquérito" Jerônimo Goergen (PP-RS), relator do processo contra Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO)