Título: Garantia de Mantega
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 06/05/2012, Economia, p. 14
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não acredita que a mexida nas regras da poupança vai limitar recursos para o crédito imobiliário. Pelo contrário, ele espera que o aquecimento nos negócios do setor e a queda nas taxas de financiamento liderada pela Caixa Econômica Federal, maior financiador do mercado, "levarão aoo aumento da concorrência entre bancos". A caderneta tem 65% dos recursos atrelados ao financiamento imobiliário.
Vigora desde sexta-feira a nova regra para a caderneta, que incluiu um gatilho redutor da remuneração mensal de novos depósitos toda vez que a taxa básica de juros (Selic) ficar igual ou menor a 8,5% anuais. A aplicação financeira mais popular do país passou a ser atrelada a um percentual (70%) da Selic e não só a um valor fixo mais a variação da Taxa Referencial (TR), que continua. Se a taxa estiver acima disso, o rendimento segue o atual: 0,5% ao mês mais a variação da TR.
A mudança anunciada quinta-feira e por dois dias seguidos explicada por Mantega em nada altera as contas abertas anteriormente, apenas as que forem abertas após a entrada em vigor da medida provisória. Os futuros depósitos nas contas abertas antes também seguirão a nova regra.
O objetivo da medida aprovada pela presidente Dilma Rousseff foi eliminar a última barreira para o Banco Central (BC) continuar reduzindo a Selic, hoje em 9% ao ano, sem correr o risco de provocar uma migração de recursos dos fundos de renda fixa para a poupança. A definição sobre a nova taxa básica virá na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que ocorrerá nos dias 29 e 30 de maio. Desde agosto de 2011, a Selic já caiu de 12,5% para 9%. Nas regras vigentes, a poupança paga hoje o equivalente a 6,17% por ano. Com um recuo da Selic, a rentabilidade cai para 5,6%. (SR)