Título: Reforço atrasado
Autor: Siqueir, Humberto a
Fonte: Correio Braziliense, 11/05/2012, Saúde, p. 19

O avanço do câncer na população brasileira faz com que especialistas não vejam com tanto otimismo o anúncio do Ministério da Saúde, no último dia 18, sobre o aumento da oferta de radioterapia no país. A promessa é de investir R$ 550 milhões na área, sendo R$ 325 milhões em infraestrutura e o restante na compra de 80 novos aceleradores lineares e outros equipamentos. A ideia é atender mais 28 mil doentes por ano até 2014. %u201CEsse aumento é bem-vindo, mas, se ocorrer, ainda será insuficiente, pois já temos 85 mil pessoas sem atendimento.

E a tendência é de que o número aumente%u201D, alerta Robson Ferrigno, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia.%u201CEstamos com o pé atrás, até porque, em 2008, foi feito um PAC da Saúde que já previa alto investimento na radioterapia e absolutamente nada foi feito. Além disso, não adianta investir todo esse montante em equipamentos e infraestrutura sem capacitar a mão de obra, que precisa ser altamente qualificada. Estamos fechando um turno de radioterapia no Inca por falta de técnicos%u201D, acrescenta Carlos Manoel Mendonça, diretor do serviço no Instituto Nacional de Câncer (Inca). (HS)