Correio braziliense, n. 20171, 12/08/2018. Política, p. 3

 

As propostas

12/08/2018

 

 

Alvaro Dias (Podemos)

A União deve retomar o protagonismo nessa área e atuar com base no tripé indução-capacitação-financiamento. Induzir os estados a adotarem políticas baseadas em evidências, apoiar o financiamento das políticas, exigindo o cumprimento de metas e capacitar lideranças policiais estaduais e municipais. O Ministério Público e a Justiça precisam ser incorporados ao esforço comum por meio da ativação de gabinetes de gestão integrada. A redução da taxa de homicídios será prioridade. Para isso, substituirá o policiamento reativo, pelo policiamento proativo: estratégico, fundado em inteligência e tecnologia. É a favor da flexibilização do estatuto do armamento.

 

Amoedo (Novo)

O regime fechado precisa significar, efetivamente, “reclusão de fato”. O candidato atribui que é preciso a separação do resto da sociedade, diferentemente do que acontece hoje em dia, “em que facções criminosas que comandam as ruas de dentro da cadeia”. A experiência de penitenciárias públicas privadas (PPP) é um exemplo de gestão carcerária, porque previne a “barbárie” dentro e fora da cadeia. “Temos cerca de três bilhões do Fundo Penitenciário Nacional que podem ser investidos na construção, melhoria e gestão de presídios”, avalia.

 

Ciro Gomes (PDT)

A solução para a questão da violência não é “despejar” nas ruas ainda mais armas. “Quanto mais armas, mais violência e mais mortes”, afirma. É preciso proteger a população, conter a criminalidade, aumentar a presença do governo federal na segurança, melhorar as formas de financiamento das políticas de segurança, coordenar os esforços dos estados para conter o crime, direcionar as polícias federais para o combate às organizações criminosas violentas, controlar o tráfico de armas e drogas, criar uma polícia de fronteiras e implementar um sistema nacional de inteligência em segurança pública. Ao mesmo tempo, investir em educação.

 

Geraldo Alckmin (PSDB)

O plano para a segurança prevê a unificação e a desmilitarização da polícia, criando o chamado “ciclo completo” de atuação e mais orçamento à inteligência e prevenção, sobretudo no desenvolvimento de novas tecnologias. Investir em um sistema que permita mapear o dinheiro sujo e pôr um fim aos esquemas de lavagem de dinheiro e ao tráfico de armas. “A política de encarceramento obedece a cor e aoCEP. Nossas prisões estão cheias de jovens negros, que representam o elo mais perseguido da sociedade”, defende.

 

Guilherme Boulos (PSol)

A superlotação “exacerba” os riscos inerentes ao sistema prisional e compromete a segurança tanto dos presos como dos guardas penitenciários e dos policiais militares. Diz que há uma taxa de 197% de ocupação e que as vagas precisam ser expandidas ou remodeladas para mitigar a superlotação. Defende que o crime organizado se beneficia da precariedade da gestão do sistema prisional e que é preciso investir na construção de unidades onde os presos possam trabalhar e fazer cursos profissionalizantes. Vão recorrer às Parcerias Público-Privadas (PPP) para construir novas unidades com um perfil mais moderno. Também pretende ampliar a inteligência e a pronta resposta em situação de crise.

 

Lula (PT)

Investir em uma gestão penitenciária capaz de promover reintegração social e não “retroalimentação de mão de obra das organizações criminosas”. O partido prevê ações para o fortalecimento da gestão penitenciária e prevê a criação de uma Escola Penitenciária Nacional para qualificar a atuação estatal. Defende que é preciso corrigir o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) para adequá-lo à “segurança cidadã”. O governo enfrentará o encarceramento em massa, sobretudo dos jovens negros e da periferia, diminuindo a pressão sobre o sistema carcerário.

 

Marina Silva (Rede)

O Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) é um primeiro e importante passo na coordenação dos esforços da segurança pública, porque vai além das polícias, sendo necessária a integração de programas de prevenção. Pretende reduzir o contingente de presos por meio de mutirões carcerários, implantar uma política de alternativas penais, fortalecer a gestão do sistema prisional para o combate de facções, aumentar o número de vagas no sistema penitenciário e outros.

* Todos os candidatos foram questionados. Jair Bolsonaro (PSL), mais uma vez, desde o início desta série não respondeu