Título: Contraventor deu calote no cartão
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Fonte: Correio Braziliense, 16/05/2012, Política, p. 4

Com movimentação mensal na conta-corrente que chegaria a R$ 3 milhões, segundo agentes da Polícia Federal que atuaram na OperaçãoMonte Carlo, o contraventor Carlos Cachoeira ainda consegue se enrolar com dívidas de cartão de crédito. O CPF do contraventor foi inscrito nos cadastros de proteção ao crédito por ter deixado de honrar pagamento de R$ 3,9 mil deumcartão do Banco do Brasil.

Investigações da Polícia Federal mostram que Cachoeira era adepto do uso de cartão para pagar despesas com viagens internacionais e não poupava limites para agradar a mulher, Andressa Alves Mendonça. Os gastos da mulher com o cartão de crédito internacional, no entanto, chegavam aos cinco dígitos, e o contraventor marcava audiência para despachar pessoalmente com sua contadora as planilhas relativas às despesas de Andressa.

Em uma das reuniões com sua contadora, Cachoeira ficou sabendo que a fatura do cartão de crédito de sua mulher chegou às cifras de R$ 62.838,82. A contadora detalha as despesas e, na lista de gastos, há diárias em hotéis no exterior e compras em lojas de grifes famosas como a Louis Vuitton. No mês anterior, os gastos do cartão de crédito tinham ficado em R$ 25.877,44.

As contas correntes ligadas aos cartões de crédito movimentados pelo contraventor eram em nomes de empresas fantasmas ou laranjas. Cachoeira também distribuía cartões entre os ajudantes de ordem de sua confiança, para que os comparsas realizassem pagamentos de pequeno vulto, necessários à movimentação da quadrilha.

Em uma das conversas monitoradas pela Polícia Federal, Rogério Diniz, um dos assessores do contraventor, combina com Cachoeira a compra de passagens para dar uma viagem de presente a um dos cooptados de sua rede de influência. Rogério informa que a despesa ficaria em R$ 16,5 mil em passagens de navio, mais bilhetes de ida para os Estados Unidos, e que o contraventor teria a opção de parcelar o débito ou pagar de uma só vez. "Passa direto", afirma Cachoeira. (JJ)