Correio braziliense, n. 20210, 20/09/2018. Cidades, p. 18

Extinção da Agefis e mudança na orla

Alberto Fraga

20/09/2018

Candidato a governador do Distrito Federal, o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) defendeu, ontem, em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília — o uso da arma por cidadãos brasileiros e prometeu reforçar atendimentos médicos em postos e centros de saúde, além de aprimorar o projeto Saúde em Casa. Ele ainda garantiu que vai rever a desocupação da orla do Lago Paranoá.

Alberto Fraga também reafirmou que vai acabar com a Agência de Fiscalização do DF (Agefis) e alocar os fiscais em administrações regionais. O candidato defendeu que a escolha do administrador regional seja definida pelo governador, mas com uma lista tríplice elaborada pela população. Confira trechos da entrevista:

O senhor declarou, em ocasiões anteriores, que dialogar com sindicato político-partidário é muito difícil. Como lidar com greves em um eventual governo?

No meu período não houve greve no transporte. Isso mostra que o diálogo é possível, desde que aconteça na esfera da melhoria da categoria.

Como o senhor vai lidar com a desocupação da orla?

Pretendo seguir a lei que trata da liberação de 5m. Em momento algum disse que sou contra a abertura da orla, mas que, se fosse governador, pegaria os 11 pontos de frequência do povo e criaria estrutura, como banheiro, lanchonetes, lixeiras. Ele (Rollemberg) mexeu com a segurança pública e permitiu que várias casas fossem invadidas por essa irresponsabilidade.

Pela lei, abrindo esse espaço a orla seria toda continuamente aberta. É isso que o senhor vai fazer?

Por que não desocuparam as orlas dos clubes? A única questão que trata do assunto específico, ele (Rollemberg) não acatou. A sentença diz que, para mexer na orla, deve se fazer um Plano de Recuperação da Área Degradada, mas o governador não fez.

Como combater a grilagem se vai acabar com a Agefis?

A ideia é descentralizar. Quem conhece as cidades-satélites são os administradores, que precisam de um braço fiscalizador. O que precisa ser exercido é uma fiscalização preventiva. A Agefis não precisa continuar existindo e vamos retirá-la.

Se eleito, como será a escolha dos administradores regionais?

Será uma escolha do governador, mas a partir de uma lista tríplice fornecida pela população.

Há duas semanas, a Polícia Civil fez uma operação contra empresas acusadas de lavagem de dinheiro com verbas indenizatórias de parlamentares. Uma das empresas recebeu verba do senhor e é ligada a um secretário do seu gabinete. Como o senhor explica isso?

Essa empresa trabalha comigo há mais de oito anos, fazendo os meus informativos. Onze deputados trabalham com ela. Não liberei recurso. Pago com nota fiscal e com o máximo de transparência. Não desvio recurso da minha verba de gabinete. Paguei R$ 1 milhão correspondente a mais de oito anos de prestação de serviço. Há dois meses, contratei essa pessoa como funcionária. Como saberia que ela era investigada?

Perguntas dos telespectadores

O senhor vai atrás de concursos para o DF?

Ainda é muito prematuro falar sobre isso. Temos que esperar um pouco mais para definir essa política.

Como ficarão os transportes por aplicativo no seu mandato?

Não existe a política de tirar a Uber de circulação. Nunca falei isso. Vamos só regulamentar o serviço.

O senhor deseja retirar o Corpo de Bombeiros da Secretaria de Segurança?

Nunca declarei isso. Isso é coisa de um coronel mal-intencionado a serviço de uma candidata.