O globo, n. 31047, 08/08/2018. País, p. 5

 

Mais da metade das chapas presidenciais tem mulheres pré-candidatas

Catarina Alencastro

08/08/2018

 

 

Mais da metade das 13 candidaturas presidenciais tem uma mulher compondo a chapa. O fenômeno é novo, mas pode ser explicado pelo fato de o eleitorado feminino contar com 7,5 milhões de votos a mais do que o masculino, por exemplo. Outro fator apontado por especialistas é a obrigatoriedade dos partidos de destinarem 30% do fundo eleitoral para campanhas de mulheres. Finalmente, o crescimento da discussão de temas femininos, como o assédio e a isonomia salarial.

— Os partidos estão começando a ver a necessidade de inserir mulheres na política. Mas o papel de vice ainda é muito pouco. Em 2010, somados os eleitores de Dilma Rousseff e Marina Silva, 60% votaram em mulheres. Isso mostra que o eleitorado brasileiro não é preconceituoso ao ponto de não votar em mulher — aponta a professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo Luciana Ramos.

Ela teme, no entanto, que a indicação de vices do sexo feminino seja uma estratégia dos partidos para respeitarem a cota de financiamento eleitoral para as mulheres. Mas o fato é que elas aparecem em pelo menos seis das chapas presidenciais, podendo compor uma sétima, caso Manuela D’Ávila (PCdoB) seja vice do PT. Apenas duas mulheres são as cabeças de chapa: Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU).

Manuela é a única que tem no feminismo uma de suas principais bandeiras. Jovem, ela defende em suas redes sociais a amamentação e quase sempre opta pela camiseta com os dizeres “Lute como uma garota”.