Título: Impasse na Grécia
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Fonte: Correio Braziliense, 09/05/2012, Economia, p. 13

O partido grego Coalizão de Esquerda tem a chance histórica, até amanhã, de formar um governo contrário ao plano de resgate da União Europeia e do Fundo Monetár io Internacional, uma vez que os conservadores foram incapazes de montar uma coalizão depois da eleição de domingo no país . Mas tudo conspira contra a formação de um governo de esquerda, o que abre a perspectiva de novas eleições.

O líder esquerdista Alexis Tsipras, de 37 anos, cujo partido foi alçado à segunda colocação por um eleitorado irritado com as recentes medidas de austeridade, terá a tarefa de tentar seduzir pequenos grupos e parlamentares dissidentes.

Ao rejeitarem os dois partidos mais tradicionais — o conservador Nova Democracia e o socialista Pasok—, os gregos deram de ombros para o risco de uma falência do Estado e para a ameaça de exclusão do país da Zona do Euro, embora o governo tenha advertido que o caixa está se esvaziando rapidamente.

Ajuda bilionária

Se os líderes políticos não forem capazes de formar uma coalizão, a Grécia pode ter uma nova eleição já no mês que vem, causando mais incertezas. E, se Tsipras não conseguir apoio para tornar-se primeiro-ministro, será a vez de o partido socialista Pasok tentar o feito, no qual o conservador Nova Democracia sob o comando de Antonis Samaras não teve êxito. Diferentemente do Nova Democracia e do Pasok, a Coalizão de Esquerda, dissidência do tradicional Partido Comunista, quer que a Grécia permaneça no euro, mas rejeite o pacote de 130 bilhões de euros de ajuda internacional.

A Grécia tem até o mês que vem para definir mais 11 bilhões de euros em cortes orçamentários para 2013 e 2014 em troca de mais ajuda.