O globo, n. 31100, 30/09/2018. País, p. 10

 

Assessor de Romário foi detido por fraude nos EUA

Juliana Dal Piva

Henrique Gomes Batista

30/09/2018

 

 

Proibido de voltar ao território americano, Ricardo Luiz Meireles foi flagrado com 32 cartões de crédito e maconha na Disney

Em grande parte das caminhadas que tem feito durante a campanha eleitoral na, qual disputa o governo do Rio, o senador Romário está ao lado de Ricardo Luiz Meireles. Genro do político —ele é o companheiro de Mônica Faria, uma das filhas do ex-jogador

—Meireles já foi preso nos Estados Unidos, sob acusações de falsificação e uso fraudulento de cartões de crédito, roubo, resistência à prisão e posse de materiais para uso de drogas. Antes da campanha, o genro de Romário já trabalhava lotado no Senado como “ajudante parlamentar júnior”, desde outubro de 2017, com salário de R$ 4.304,46. Em 14 de agosto deste ano, foi exonerado para acompanhar o sena dorna disputa ao governo.

A prisão nos EUA ocorreu no dia 25 de março de 2016. Ele estava com Mônica Faria e alguns amigos na loja Quiet Flight Surf Shop, no parque Universal Studios CityWalk, na Disney. Uma das funcionárias da loja desconfiou de Meireles quando ele apresentou vários cartões de crédito diferentes, todos recusados. Meireles saiu da loja deixando as compras, mas foi abordado pela polícia. Ele resistiu à prisão e, nesse momento, os policiais revistaram seus pertences e descobriram que ele tinha 32 cartões Visa, Mastercard e American Express.

Além disso, foi identificada uma pequena quantidade de maconha, que ele havia tentado esconder perto de um arbusto. Meireles foi levado à delegacia e o juiz do condado determinou fiança de US$ 10 mil. Coma ajuda de um advogado, ele conseguiu reduzir o valor para US$ 5.500. Foi solto mas teve o passaporte retido. Sem o documento, ele foi ao Consulado de Miami, solicitou a emissão de uma ARB (autorização de retorno ao Brasil) e voltou ao Brasil em 21 de abril de 2016. Como Meireles saiu dos EUA, o juiz americano decidiu arquivar ocaso, soba condição de que o acusado não retorne ao país.

— Um dos problemas mais graves que ele teria, segundo estes registros, é resistir à prisão, mesmo sem violência. Isso é uma afronta a uma autoridade, fato indiscutível. — afirmou Renata Castro, advogada brasileira radicada na Flórida, que avaliou o caso de Meireles apedido do GLOBO.

OUTRO LADO

Procurado, Meireles não respondeu. Já a campanha de Romário disse, por nota, que a nomeação “não é considerada nepotismo, uma vez que Ricardo nãoéca sado coma filhado candidato ”. Sobre a prisão, a campanha informou que “todas as certidões exigidas pelo Senado para admissão do mesmo foram apresentadas e, como não havia pendências, Ricardo foi admitido para ocupar cargo público”. Segundo a campanha, Meireles é “um dos muitos voluntários que apoiam o candidato”.